Usuários dizem que Centro de Treinamento viraria legado para comunidade.
Secretário na BA nega e diz que doação foi R$ 30 mil e reforma de campo.
Os alemães campeões do mundo, que passaram mais de um mês no extremo sul da Bahia se preparando para a competição, deixaram para as tribos indígenas nativas de Coroa Vermelha, com quem criaram laços de convivência e simpatia, um cheque de 10 mil euros, o que corresponde a R$ 30 mil reais. Ao contrário do que vem sendo espalhado por redes sociais, o centro de treinamento usado pelos europeus em região paradisíaca da Bahia será transformado em um resort e não em uma escola para a comunidade, como vem sendo compartilhado.
Uma das mensagens postadas na internet dizia que os jogadores europeus e a federação de futebol deixariam o empreendimento “para que no local seja construída uma escola de referência para o pobres”. Os posts chegaram a ser compartilhados em outras línguas, como o espanhol.
A estrutura luxuosa do CT foi originada de um condomínio fechado que era construído no local e foi transformado em centro de treinamento, um campo de futebol e um centro de imprensa cercados de área verde e com uma praia particular.
O complexo, chamado Campo Bahia, foi construído com recursos da Federação Alemã de Futebol (DFB), que conta com o apoio financeiro de patrocinadores – houve também reformas em estruturas preexistentes durante os cinco meses que duraram as obras. Para chegar ao local, localizado no povoado de Santo André, é necessário atravessar o Rio João de Tiba.
Ajuda negociada
De acordo com informações do secretário de Turismo de Santa Cruz Cabrália, Fernando Oliveira, os alemães também negociam um convênio com algumas instituições do município. “Eles estão vendo um convênio com uma escola municipal, um centro de cultura e uma ONG. Seria uma ajuda de 20 mil euros em um período de quatro anos. Mas ainda não está nada certo”, contrapõe.
Segundo Zeca Pataxó, o dinheiro doado pela Federação Alemã de Futebol será usado para a compra de um carro que ajudará no atendimento médico à comunidade. “Ainda vai levar uns dias pra comprar o carro porque o dinheiro sai da Alemanha e vem pro Brasil. Vem uma pessoa especial que vai retirar o dinheiro”, explica. “Esse carinho deles vai ficar para o resto da vida. Uma coisa que ninguém imaginava, que a Alemanha ia ter esse respeito todo, e eles mostraram isso”, acrescenta o cacique.
Devido ao desgaste ambiental provocado durante o período que estiveram hospedados, os alemães também se comprometeram a reformar um campo de futebol da comunidade de Santo André, povoado da região. “É uma compensação ambiental. Eles poderiam ter dado dinheiro por conta do desgaste ambiental, mas nós sugerimos que eles fizessem essas melhorias no campo”, afirma Oliveira.
Fonte: G1