Buerarema: Secretário se reune com tupinambás para negociar demarcação de terras

O secretário também se reuniu com pequenos agricultores e suas entidades representativas

O povo Tupinambá da Serra do Padeiro, em Buerarema, a 450 km de Salvador, preparou um café da manhã típico e recebeu o secretario da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Almiro Sena, com danças tradicionais para iniciar as negociações na comunidade sobre a demarcação de terras consideradas áreas tradicionais pela Fundação Nacional do Índio (Funai).

As lideranças indígenas já haviam participado de três encontros com o secretário, em Salvador, mas insistiram na ida dele ao local para ouvir as situações difíceis enfrentadas, por causa da indefinição sobre a demarcação das terras, e da criminalização de lideranças indígenas.

O início do encontro, na última quinta-feira (7), foi marcado pelo relato do Cacique Babau sobre a história da presença indígena na região de Ilhéus e o processo de colonização do território brasileiro, marcado por violências contra os povos indígenas. Ele recordou o massacre do Cururupe, onde corpos enfileirados de indígenas foram estendidos por léguas de praia.

O cacique destacou a similaridade entre o atual processo de criminalização de lideranças indígenas com a perseguição ao líder Tupinambá, Caboclo Marcelino, entre 1910 a 1930, que liderou índios na região para defender o direito ao território e o reconhecimento da identidade indígena.

Cinco reuniões
Segundo o secretário, a questão envolvendo os índios Tupinambá e agricultores da região de Ilhéus, Buerarema e Una é uma das prioritárias.

Participaram do encontro representantes do Conselho Indigenista Missionário (Cimi/Regional de Itabuna), Comissão Pastoral da Terra (CPT), prefeito de Buerarema, Mardes Lima Monteiro de Almeida, e secretários municipais. Também compareceram representantes dos povos Tupinambá, de Ilhéus e Uma, e Pataxó Hã hã hãe.

O secretário também se reuniu com pequenos agricultores e suas entidades representativas e seu projeto consiste em promover o diálogo entre as partes interessadas. No processo de intermediação, foram realizadas cinco reuniões no gabinete do secretário em Salvador – três com indígenas e duas com representantes dos agricultores e políticos.


Fonte: Correio da Bahia

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