Curitiba (PR) – Nos últimos dias 12 e 13 de novembro, Curitiba/PR recebeu a elite do tatame para a disputa do 15º Campeonato Mundial de Karatê Tradicional realizado no Ginásio de Esportes da PUCPR. Dos 34 países apenas 09 chegaram às finais em 11 modalidades – Brasil, Ucrânia, Itália, Polônia, Romênia, Canadá, Argentina, Estados Unidos e Israel. Os italianos contabilizaram o maior número de medalhas, sendo seis de ouro, 3 de prata e 4 de bronze. Já, a seleção brasileira encerrou a edição com uma inesquecível campanha ao conquistar três medalhas de bronze (Kata feminino por equipes, Fukugo masculino e Enbu Misto) e o ouro, que os consagrou tricampeão mundial no Kumitê masculino por equipes, principal categoria em disputa, cujo objetivo é vencer o adversário através da marcação de pontos mediante a aplicação de estratégias e técnicas eficazes sem atingir o oponente.
Os brasileiros experimentaram vários sentimentos, como alegria por uma conquista, frustração por uma derrota ou surpresa pela quebra de um recorde.
A disputa pelo título mundial no Kumitê por equipes estava entre Brasil e Itália, enquanto Polônia e Estados Unidos brigavam pelo terceiro lugar. O primeiro adversário da equipe brasileira, composta pelos atletas Ricardo Buzzi, Thiago Lima, Vinícius Pinto e Vinícius Moreno, seria o Chile, mas a equipe chilena não compareceu. Depois os brasileiros passaram pelos portugueses. Na semifinal uma disputa emocionante com a Polônia, foi decidida somente na última luta, quando coube ao paranaense Buzzi desempatar a disputa.
Na final, os brasileiros tinham como adversários os italianos Mattia Bacchiellaga, Marco Bacchiellaga e Matteo Leone. O paranaense Ricardo Buzzi estreou a primeira luta contra Mattia. Porém, o italiano estava muito nervoso e perdeu o controle atingindo Buzzi duas vezes, que manteve o equilíbrio, como tática da luta, e não revidou. Resultado: Os italianos foram penalizados e o Brasil conquistou o ouro, assegurando o tricampeonato mundial. Nos anos de 1996 e 2000, os títulos mundiais ficaram com a Itália e o Brasil com o vice. Já, em 2004 e 2008, os brasileiros foram os campeões mundiais enquanto os italianos ficaram com o vice. O tira-teima foi nesta edição que teve um gosto especial para os brasileiros por vencerem em casa.
Com o resultado, o paranaense Ricardo Buzzi sagra-se tetracampeão mundial de Karatê Tradicional na modalidade Kumite, resultado que veio na disputa de equipe. Para conquistar a vitória, a equipe teve como fator decisivo a atuação de Buzzi. O carateca comentou que se sentiu motivado com o apoio da torcida que lotou o ginásio para acompanhar a decisão da competição. “Essa era a última oportunidade que tínhamos para conquistar o ouro para o Brasil. Quando eu estava no tatame, senti que podia realizar este sonho, de dividir essa conquista com os meus amigos e familiares que estavam ali torcendo por mim. Mas a ficha só caiu quando anunciaram a vitória da nossa equipe”, observa o paranaense, que agora conta com três títulos no Kumite por equipe e um no individual. Para Buzzi, que logo após a disputa saiu do tatame para comemorar com a torcida, esse resultado foi conquistado com muito esforço. “Faz mais de um ano que estou treinando com foco nesse mundial. É muito difícil de vencer uma competição como essa, mas quando você entra só pensa em ganhar”, finaliza.
As atenções do esporte no último final de semana estiveram voltadas para o Mundial de Karatê Tradicional, que reuniu cerca de 800 atletas. De acordo com o presidente da Confederação Brasileira de Karatê Tradicional (CBKT), Gilberto Gaetner, a disputa foi de grande importância para o fortalecimento e divulgação da modalidade. “Foi um evento sensacional. Esse resultado para o Brasil foi muito expressivo e tivemos um dos mundiais mais organizados dos últimos anos, com mais de 150 pessoas trabalhando”, revela.
O próximo Campeonato Mundial de Karatê Tradicional acontecerá em 2012, na Polônia.
Fonte: Evidência Comunicação