Aqui na minha varanda, sempre na primavera, aparecem borboletas. A cor amarela simboliza as cores da primavera, de nova vida, de renascimento. Acordei e fui molhar as plantas e vi uma borboletando. Fiquei a olhá-la.
Tão amarela e tão contente da vida, de onde vinha, aonde iria? Onde estaria uma hora antes, qual sua ideia? Nada sei de borboletas. O Burle Marx fez bons jardins, mas não os fez com borboletas. Ela borboletou e saiu da varanda.
Está claro que esta é a minha maneira de dizer as coisas; na verdade ela não se perdeu; eu é que a perdi de vista. Era muito pequena e assim, no alto, contra a luz do céu esbranquiçada da manhã, desapareceu. Das recordações, lembro do jardim da casa na Av. Orlando Gomes.
Na primavera, esperava sempre por elas e aos amarelos dourados do sol derramando sobre a grama, cada tom de verde uma versão mais saturada da primavera.
Mas tem uma citação que diz: “A borboleta acha – nos pesados, o pavão mal vestidos, o rouxinol roucos e a águia rasteiros.”
*João é natural de Salvador, onde reside. Engenheiro civil e de segurança do trabalho, é perito da Justiça do Trabalho e Federal. Neste espaço, nos apresenta o mundo sob sua ótica. Acompanhe semanalmente no site www.osollo.com.br.