“Venham, todos vocês que estão com sede, venham às águas; e, vocês que não possuem dinheiro algum, venham, comprem e comam! Venham, comprem vinho e leite sem dinheiro e sem custo.” (Isaías 55.1)
Temos sede de todos os tipos. Sede de muitas coisas e de vários tipos. E por isso todos precisamos amadurecer para discernir as próprias sedes. Para reconhecer aquelas que realmente são significativas pois é bem possível que não poderemos satisfazer a todas. E é plausível pensar que nem todas precisem, de fato, serem satisfeitas. Se há alguém que consegue realizar todos os sonhos e desejos que em algum momento ocupam seu coração, não conheço. E duvido que haja alguém capaz de realizar todos os desejos sem entrar em contradição com seus próprios propósitos de vida ou negar o que considera precioso e importante, em algum momento. Entre nossos sonhos e desejos há muitas ilusões, fantasias e coisas do gênero. Precisamos amadurecer para perceber as sedes importantes pois, por outro lado, negligencia-las seria um terrível equívoco. Há algumas sedes barulhentas e extravagantes, mas muito pouco importantes. E há outras, silentes e persistentes, e fundamentais. Entre estas sedes estão a sede de amor, de segurança e de aceitação.
O texto do profeta Isaías está falando de sede. Não qualquer ou toda sede, mas sede de vida. Que envolve entre outras sedes, a sede amor, segurança e aceitação. A sede de vida é persistente e modestamente calma. Mas determinante. Vamos nos dando conta dela ao longo da existência. No começo pensamos que trata-se de sede de subsistência. Queremos as condições para existir. Depois parece ser sede de realização: queremos experimentar e fazer coisas que acreditamos serem necessárias ao nosso senso de satisfação com a vida. Mas, chega um momento em que percebemos uma sede diferente que chega a ser sede de sempre existir. De não terminar, mas de continuar existindo. Uma sede de não fechar os olhos pela ultima vez. Uma sede de não cair no esquecimento. Pergunto-me de onde vem essa sede por continuar existindo, se neste mundo que conhecemos todo ser vivo é finito. Respondo-me que essa sede de vida sem fim, vem de Deus. Carregamos em nós o DNA espiritual divino. Entre nós, seres humanos, há semelhanças com Deus, o Ser Divino. Uma semelhança que gera sede de vida que só se satisfaz em Deus.
O profeta está nos convidando a conhecer isso. Esse mundo pode saciar muitas de nossas sedes, mas não a sede de vida. Ela é insaciável, a menos que bebamos da Fonte Inesgotável – Deus! Note: desfrutar dessa Fonte é algo que só pode acontecer pela Graça. Só quem nada tem para dar é que pode “comprar”. E essa é a condição de todos nós, mas nem todos percebemos isso. Não há bens que possam comprar o direito a Deus. Não há méritos que nos permitam requerer essa benção. O “vinho e o leite” da presença de Deus só podem ser adquiridos sem dinheiro e sem custo, porque não há suficiente dinheiro e seu preço, seu custo, é incalculável. Mas ele já foi pago por Cristo. O caminho está pronto, a porta aberta e o convite feito. “Venham todos vocês que estão com sede”. Você está? Você tem ido? Você quer ir? O que lhe impede? Creia, ainda que pareça uma dádiva grande demais para ser verdade, é verdade!