Bolsonaro defende Lava-Jato da Educação e prevê greves contra investigações

Bolsonaro defende Lava-Jato da Educação e prevê greves contra investigações
O presidente Jair Bolsonaro citou referendo de 2005, que rejeitou a proibição do comércio de armas de fogo, para justificar a necessidade de decreto que flexibizou a posse de armas no país. – Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro defendeu a Lava-Jato na Educação,em uma publicação em seu Twitter. Segundo ele, dados iniciais da investigação “revelam indícios muito fortes de que a máquina está sendo usada para manutenção de algo que não interessa ao Brasil”. Disse ainda que o trabalho da Lava-Jato no setor educacional “pode acarretar greves e movimentos coordenados prejudicando o brasileiro”.

O presidente afirma que o Brasil gasta mais em educação em relação ao PIB que a média de países desenvolvidos, mas ainda assim ocupa as últimas posições no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA).

Bolsonaro disse  que o Ministério da Educação, junto com o Ministério da Justiça, Polícia Federal, Advocacia e Controladoria Geral da União, já criaram a Lava-Jato da Educação.

Em fevereiro, o presidente já havia dito em seu Twitter que era preciso, além de investir em eduação, “garantir que investimentos sejam bem aplicados e gerem resultados”, e que o MEC já havia apurado “indícios de corrupção no âmbito do ministério em gestões passadas”.

Investimento

De fato, segundo dados do Tesouro Nacional divulgados no ano passado, o Brasil gasta atualmente, em educação pública, cerca de 6% do PIB, valor superior à média da OCDE (5,5%) – que engloba as principais economias mundiais – e de pares como Argentina (5,3%), Colômbia (4,7%), Chile (4,8%), México (5,3%) e Estados Unidos (5,4%). De acordo com os números, cerca de 80% dos países, incluindo vários países desenvolvidos, gastam menos que o Brasil em educação relativamente ao PIB.

A realidade é diferente quando se trata do gasto do país por aluno. O estudo “Education at a Glance 2017”, com números de 2014, mostra que a média dos países membros da OCDE era de US$ 10.759 anuais por aluno, levando em conta todos os níveis de educação. Já o Brasil desembolsou apenas metade do valor: US$ 4.240 anuais.

Desempenho

O Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), a qual o presidente se refere é realizado a cada três anos e avalia o desempenho escolar de diversos países em três quesitos principais: matemática, ciências e leitura. A última edição foi realizada em 2015 e analisou 70 países. O Brasil ficou entre os dez últimos no ranking em ciências (63º) e matemática (65º), e ocupou a 59ª posição em leitura.

Fonte: O Globo

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