Por Mara Magalhães
Descobri a biblioteca por acaso, quando passava pelo local, aproveitando a aragem do fim de tarde.
Encantada que sou com qualquer coisa que junte letras e forme palavras, resolvi entrar para ver o que funcionava naquela casinha vermelha, de aspecto simpático e cheia de prateleiras, onde as pequenas preciosidades (os livros) se enfileiravam.
Lá dentro me deparei com uma biblioteca – na verdade, a Biblioteca Pública de Porto Seguro – e conheci a dedicada Bia (Beatriz Borges de Castro – bibliotecária formada pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, uma extensão da USP que abriga uma faculdade de Biblioteconomia).
A minha primeira pergunta à embaraçada e ainda assim animada Bia, foi: “Não tem uma placa?”. Logo depois descobri uma, enorme, encostada na parede do páteo lateral, à espera de ser consertada e recolocada em seu devido lugar. É bom que seja logo, porque a nossa Biblioteca nunca foi divulgada como merece, imagina sem identificação!
O espaço é arejado, agradável e possui um acervo de 1.800 volumes catalogados e dispostos em seções que oferecem desde best-sellers da categoria Romance e Auto-ajuda à literatura secular e publicações científicas daa áreaa de Filosofia, Psicologia, Pedagogia, Sociologia, Ciências Biológicas e outras, à disposição para consultas. Tem também a seção de Braile e uma de empréstimos, desde que o usuário esteja devidamente cadastrado, bastando para isso levar uma cópia de documento de identidade com foto e comprovante de endereço.
Apesar da falta de divulgação, a biblioteca, graças aos esforços visíveis da abnegada Bia, tem cerca de 300 frequentadores cadastrados. Desses, 60% mantêm uma freqüência regular.
A Biblioteca dispõe ainda de computador para consultas e pesquisas e uma sala para atividades e eventos infantis, com equipamento de áudio e vídeo, que funciona em parceria com as escolas municipais de Ensino Fundamental, mediante agendamento prévio. As crianças vêm acompanhadas do professor e passam pelo que didaticamente chamamos de “Iniciação ao ato da leitura”, atividade que envolve contada de histórias, leitura, dramatização, interpretação e desenho.
A nossa Biblioteca precisa de doações, mas não adianta mandar para lá os livros didáticos escolares que seus filhos já não usam. O espaço precisa ser aproveitado de maneira inteligente e esse tipo de livro, lá, não tem serventia. Esses,é melhor que sejam doados nos bairros mais carentes, em igrejas ou instituições.
Mande literatura em geral, científica ou filosófica, romances, livros de contos, crônicas e auto-ajuda, romances e histórias religiosas ou espíritas, livros infanto-juvenis, etc. Faça uma faxina geral, separe aqueles livros que você já leu e dificilmente vai voltar a abrir, deixe apenas is seus livros de consulta, de cabeceira.
O local é bem cuidado, silencioso, um oásis de paz em pleno centro da cidade.
Apelamos para a nova administração para que olhe com carinho para esse precioso espaço, berço de novos leitores e fomento da futura massa crítica que vai fazer a cidade crescer e se renovar.
Vamos divulgar a nossa Biblioteca Pública e ajudá-la doando livros.
Livro tem que andar!