Um caso é na cidade de Feira de Santana e o outro é em Vitória da Conquista.
Bebês precisam ser transferidos para Salvador, mas não encontram vagas.
Duas famílias baianas, uma em Feira de Santana, a 100 km de Salvador, e a outra em Vitória da Conquista, no sudoeste do estado, passam por um drama parecido: as duas estão com bebês que possuem problemas no coração e que aguardam há meses por tratamento.
Paulo Victor está internado desde que nasceu, há dois meses, na UTI neo-natal Hospital da Mulher, em Feira de Santana, aguardando uma cirurgia no coração. Ele nasceu com as artérias do órgão invertidas, o que faz com que o sangue e o oxigênio passem com dificuldade para o coração.
Sandra Nascimento, mãe do bebê, conta que o estado de saúde do filho piora a cada dia, e que o remédio que ele toma pode atacar outros órgão. Entretanto, se a droga for suspensa, a criança não sobrevive.
“Cada vez que procura a veia, não está achando mais, e agora já estão furando na cabecinha dele para colocar o remédio”, revela Sandra.
A direção do Hospital da Mulher e a familia do bebê entraram com uma ação no Ministério Público, pedindo com urgência uma vaga no Hospital Ana Nery, em Salvador ou em qualquer hospital do Brasil. Até agora a vaga nao apareceu.
“Tem dois meses ele lutando para conseguir a vidinha dele, que ninguém dava esperança. E ele está lutando, está forte, e a gente vai ficar do lado dele, pedir a Deus e vai conseguir”, afirma Michele Magalhães, tia de Paulo Victor.
Gilberte Lucas, presidente da fundação hospitalar, explicou que a cirurgia que o bebê precisa é muito complexa, e nenhum hospital em Feira de Santana tem a condição de fazer. Ela acrescentou que pede diariamente por uma vaga para Paulo Victor em um hospital da capital.
“Ele sobrevive por um medicamento que o hospital vem adquirindo. Ele é uma criança que já é para estar em uma UTI pediátrica, não mais na UTI neo-natal, e a cada dia que passa o quadro dele vem se agravando”, destaca.
A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) informou que está fazendo o possível para conseguir uma vaga para Paulo Victor, mas que está encontrando dificuldade porque o bebê precisa de um leito especial.
Sudoeste da Bahia
A bebê Lauren Evelyn, de três meses, moradora de Vitória da Conquista, passa por um problema parecido. A menina também tem um problema no coração e precisa ser transferida com urgência para Salvador, mas não consegue vaga.
Ela está internada há mais de dois meses no Hospital Geral da cidade, e há um mês e 15 dias aguarda uma transferência para uma unidade na capital do estado. Além da cardiopatia, a bebê tem síndrome de down.
O problema de Lauren Evelyn só foi descoberto depois que a família pagou por um exame de ecocardiograma em um hospital particular de Conquista, mesmo a menina já estando internada no hospital público. Isto porque a família não conseguiu realizar o procedimento pelo SUS com a urgência que o caso pedia.
“[Foi] na época do Natal, só que os médicos estavam de recesso. Aí a gente preferiu pagar, porque estavam pedindo com urgência”, conta a estudante Marta Prates, mãe da bebê.
Mesmo após o diagnóstico e com o pedido médico em mãos para que a menina fosse avaliada em Salvador, a criança ainda não foi transferida.
A Sesab informou que a criança deve ser transferida até domingo (22) para o Hospital Ana Nery, em Salvador.
Renato Brito, pai de Lauren, diz estar temeroso quanto à situação da filha. “Eles falam uma coisa para a gente, depois vêm com outra. A gente vê que a cada dia a situação dela fica mais complicada”, afirma.
Marta, ao falar da filha, não consegue conter a emoção. “A gente que é mãe, ver um filho passar por essa situação é complicado demais”, desabafa.
Fonte: G1, com informações da TV Subaé e da TV Sudoeste