Vivemos em um mundo fracionado segundo uma infinidade de critérios e dimensões. Somos desigual “na qualidade de” assalariado mais ou menos bem pago, protegido ou precário, diplomado ou não, jovem ou idoso, mulher ou homem, vivendo numa cidade dinâmica ou numa região em dificuldades, num bairro chique ou num subúrbio popular, solteiro ou casado, de origem estrangeira ou não, uma lista infinita.
Fazendo perícia trabalhista há quase trinta anos, vejo a descriminalização no dia a dia. Existem nas empresas barreiras invisíveis entre o trabalhador contratado e o terceirizado.
Um exemplo é o operador de processo da companhia de água, quando ele é concursado não realiza a limpeza da área da ETA (Estação de Tratamento de Água), retirando restos de folhas e recolhimento o lixo, e lavando o banheiro, já o terceirizado além de todo o trabalho de operador e a obrigação de realizar estes trabalhos. Acredito que os salários são inferiores. Entendo ser então uma subclasse. Na minha visão o ódio aumentou e a radicalização também com a precarização do trabalho e o desemprego.