Com o final dos Jogos Olímpicos, três medalhas de ouro e uma de prata foram conquistadas individualmente por competidores nascidos na Bahia, com destaque para o boxe, esporte que contou com medalhas de Hebert Conceicão e Bia Fereira.
Além deles, Ana Marcela e Isaquias Queiroz também chegaram ao pódio. Pode não parecer muito, mas a quantidade de medalhas é maior do que a de centenas de delegações.
Nas redes sociais, os amantes das Olimpíadas brincam com o bom desempenho do esportistas nascidos no estado e cogitam a criação de um “Comitê Olímpico Baiano”, nome inspirado no Comitê Olímpico Russo, alcunha utilizada pelos atletas russos que não podem competir oficialmente como Rússia, já que o país foi punido pelo COI (Comitê Olímpico Internacional) por um escândalo de doping.]
Mas e se a Bahia não fizesse parte do Brasil? Se existisse um “Comitê Olímpico Baiano”? Onde estaria o estado no quadro de medalhas de Tóquio? As quatro medalhas conquistadas por baianos os deixariam acima de centenas de países que participaram das Olímpiadas de Tóquio.
Pficialmente não existe uma contagem de medalhas. No entanto, há uma convenção em rankear pelas medalhas de ouros. São consideradas para as posições do ranking, pesos diferentes para as medalhas. Lidera quem tiver mais medalhas de ouros, em caso de empate fica à frente quem tiver mais pratas e daí em diante.
Neste sentido, os baianos com suas quatro medalhas de ouro, terminariam os Jogos Olímpicos de Tóquio na 32ª posição, empatados em números de ouros com Espanha, Suécia, Suiça, Dinamarca, Croácia, Bélgica e Eslovênia.
Em termos de aproveitamento, o ‘Comitê Olímpico Baiano’ estaria em grande destaque. Dez atletas nascidos na Bahia foram a Tóquio, seis deles para competir de maneira individual, e ainda assim conquistaram quatro medalhas, um aproveitamento próximo a 67%.
O ‘Comitê Olímpico Baiano’, também seria o segundo “país” sul-americano com o melhor resultado em Tóquio, atrás apenas do próprio Brasil. Principal rival esportivo do Brasil em todos os esportes, a Argentina também seria facilmente superada pelo baianos, já que sem ouros, ficou na 72ª posição.
A Olimpíadas de Tóquio contou com 11.687 atletas de 204 países, além da equipe russa, que competiu com a bandeira ROC (anacrônico para Comitê Olímpico Russo, da sigla em inglês) e do Time Olímpico de Refugiados.
No entanto, 65 desses países disputaram os Jogos com menos de cinco representantes. Delegações de 13 países contaram com apenas dois competidores. Para efeito de comparação, a Bahia conta com 10 atletas em Tóquio, mas somente seis deles em esportes individuais, o que contaria em um imaginário comitê baiano.
Assim, o quadro de medalhas da Olimpíadas de Tóquio, rankeado a partir da quantidade de ouros, terminou com a EUA em primeiro lugar com 39 ouros e 113 medalhas no total. A China ficou com a segunda posição, com 38 ouros e 88 medalhas. Os donos da casa, o Japão, fecharam o top-3, com 27 medalhas douradas e 58 no total. O Brasil ficou com a 12ª posição, com sete ouros e 21 medalhas no total, seu melhor desempenho em uma edição dos Jogos Olímpicos.
Os baianos também subiram mais vezes no lugar mais alto do pódio que países como Portugal, Espanha, Grécia, México.
Os baianos medalhistas
Ana Marcela foi a primeira baiana a subir no lugar mais alto do pódio em Tóquio. Referência na maratona aquática, ela conquistou o ouro na terça-feira, 3, nos 10 km, ao vencer a longa prova, nadando os 10 km em 1h59min30s08 no Odaiba Marine Park, na baia de Tóquio.
Já na reta final das Olimpíadas em Tóquio, Isaquias Queiroz comprovou ser o melhor do seu esporte e além de campeão mundial, se tornou campeão olímpico na canoagem C1 1000m. Competindo na raia 4, Isaquias ultrapassou o chinês Hao Liu pouco antes de completar 3/4 do trajeto, abriu vantagem e concluiu a prova emocionado em: 4:04:408.
Quem ficou acordado ainda conseguiu ver a Bahia conquistar mais um ouro, já que na madrugada de sábado, 7, após dois rounds em que esteve atrás, Hebert Conceição com um cruzado perfeito nocauteou o ucraniano Oleksandr Khyzhniak e se tornou campeão olímpico masculino do boxe na categoria peso médio (75 kg). Essa foi a primeira vitória na final por nocaute nos Jogos Olímpicos dos últimos 25 anos.
No apagar das luzes das Olimpíadas, Bia Ferreira subiu ao ringue para a grande final do boxe feminino na categoria peso leve (57-60 kg) para mostrar mais uma vez a força da Bahia e lutou bem, mas ficou com a prata contra a irlandesa Kellie Harrington, que venceu dois de três rounds.
Fora das disputas individuais, o vetereno Daniel Alves foi o capitão do futebol masculino na trajetória que terminou com bicampeonato após bater a Espanha por 2 a 1 na prorrogação na manhã de sábado. De quebra, ele ainda continuou empilhando títulos e se consolidando como o jogador mais vitorioso da história.
O excelente desempenho dos atletas baianos nas Olimpíadas de Tóquio será inesquecível. Como alguns comentaram nas redes sociais, do jeito que está, o Comitê Olímpico Internacional (COI) vai precisar adicionar o dendê na lista de substâncias proibidas ou não vai sobrar medalha para mais ninguém.
Compilação: G1 e A Tarde