Baiano é selecionado para estudar na Rússia

O estudante Carlos Diógenes, 23, nascido em Livramento de Nossa Senhora (a cerca de 600 km de Salvador), é um dos 30 brasileiros que vão embarcar nesta terça-feira, 23, rumo à Rússia para estudar medicina.

O universitário sempre frequentou escola pública e foi incentivado por um professor de língua estrangeira a estudar no exterior. Ele vai para uma das 10 melhores faculdades do país, a Universidade Médica Estatal de Kursk, a 536 km de Moscou.

Diógenes sabe que irá enfrentar muitos desafios no novo país. Conta que deseja entender e apreciar a cultura russa, não se preocupa em enfrentar a distância da família e seis anos de invernos rigorosos no país europeu. “Por fazer cursinho na cidade de Vitória da Conquista, morava longe da minha família. Já estou um pouco acostumado”, disse.

Ao voltar para o Brasil, o estudante poderá submeter o diploma ao processo de reconhecimento em uma universidade brasileira. Este é um procedimento-padrão para qualquer brasileiro que faça graduação em centros de ensino estrangeiros.

“Penso em voltar para trabalhar no Brasil , mas pode ser que eu me fixe na Europa, já que o diploma tem validade para todos os países do continente”, explicou.

Desde 2010, o chamado Diploma Único de Estudos Superiores da Europa, do qual a Rússia faz parte, passou a valer conforme o Tratado de Bolonha. Seu objetivo é facilitar a mobilidade dos estudantes e profissionais do ensino superior da Europa.

Mesmo com a alta do dólar, cursar medicina na Rússia ainda é considerado um ótimo investimento. O governo russo subsidia os alunos estrangeiros que vão estudar no país, o que diminui consideravelmente o custo.

O semestre sai por, aproximadamente, US$ 3.100, incluindo hospedagem e seguro médico, o que equivale a R$ 25.200 por ano (considerando o dólar a R$ 4,6), valor inferior ao normalmente cobrado no Brasil.

Seleção

A Aliança Russa é representante oficial das principais universidades russas no Brasil, desde 2005. A empresa faz a seleção dos candidatos, cuida do processo de orientação da faculdade e recolhe a documentação necessária para permanência legal do estudante no país.

Além disso, atua na obtenção da vaga, inscrição na universidade e na assessoria durante a viagem até a chegada do estudante ao seu local de destino.

“A cultura russa é muito diferente da nossa, por isso eles escolhem estudantes que demonstram ser mais independentes e interessados. Lá, o aluno vai ter que fazer todas as tarefas domésticas e se dedicar aos estudos, já que a universidade é em período integral”, explicou a diretora da Aliança Russa, Carolina Telléz.

As próximas inscrições poderão ser feitas em abril ou julho, ainda sem datas definidas. A idade-limite que o Ministério da Educação Russo aceita para graduação é 35 anos.

 

 

Yuri Pastori/A Tarde

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