Bahia pretende inaugurar em julho o segundo maior gasoduto do Brasil

O traçado previsto passa por Jequié e Maracás e ligará os municípios de Ipiaú e Brumado

Sob a diretriz estratégica de interiorização do gás natural, a Bahiagás começa o segundo semestre de 2015 com a inauguração, no final de julho, do gasoduto Itabuna/Ilhéus, numa extensão de 36 km e capacidade de oferecer 300 mil metros cúbicos (m³) de gás natural por dia. A entrada em operação, contudo, além dos processos finais de vistoria da obra, depende ainda da obtenção da licença ambiental junto ao Inema.

Empresa mista composta pelo Estado da Bahia, Gaspetro (subsidiária da Petrobras) e pela Mitsui Gás e Energia do Brasil – a Bahiagás inicia também, no próximo mês, a elaboração do projeto executivo para construção do Gasoduto Sudoeste, maior do Nordeste e segundo maior do país, com cerca de 300 km de extensão e capacidade de fornecer 400 mil m³/dia.

O traçado previsto passa por Jequié e Maracás e ligará os municípios de Ipiaú e Brumado. “Através de outros modais, em formato comprimido, o gás natural deverá chegar também a Vitória da Conquista, Itapetinga e Caetité”, diz Luiz Gavazza, presidente da companhia.

Nestes municípios, atenderá a indústrias, postos de GNV, estabelecimentos comerciais, hotéis e residências, além das grandes mineradoras instaladas na região.

Ganhadora do processo licitatório, em 2014, a Concremat Engenharia e Tecnologia deve firmar o contrato nos próximos dias e realizará o projeto executivo do Gasoduto Sudoeste a um custo de R$ 6,63 milhões. O trabalho está previsto para começar também em julho e tem prazo de 15 meses para ser concluído.

O edital de licitação dos serviços de construção e montagem do empreendimento somente deverá ocorrer no final de 2016. De acordo com Gavazza, “o custo total do empreendimento é de R$ 430 milhões e, se não houver imprevistos, entrará em operação no início de 2019”.

O que ele designa por “imprevistos” envolve impactos ambientais e necessidades de correções no traçado do gasoduto, “tendo em vista trechos com dificuldades geológicas, nascentes de rios e bacias hidrográficas”.

O planejamento estratégico de interiorização do gás natural foi iniciado em 2010, na região Sul do estado, beneficiando o Distrito Industrial de Itabuna e estendido ao Extremo-Sul, em 2011, fornecendo gás para o município de Eunápolis e, no ano seguinte, para Mucuri, atendendo às duas maiores empresas da Bahia no segmento da celulose, respectivamente a Suzano e a Veracel.

Em 2014, a Bahiagás obteve um faturamento de R$1,8 bilhão sob um volume total de venda de 4 milhões de m³/dia do combustível.

A empresa obtém o produto junto à Petrobras, através do Gasene (Gasoduto Sudeste-Nordeste), cuja extração provém de poços no Rio de Janeiro e no Espírito Santo; junto ao Consórcio Morro do Barro, em Itaparica; Manati, na Bacia de Camamu, além dos poços do Recôncavo e do Regás-Terminal de Regasseificação da Petrobras, na Baía de Todos os Santos. Nesse último caso, envolve o gás importado e que abastece, também, as termoelétricas da Chesf.

A Petrobras tem uma capacidade de fornecimento de 500 mil m³ em cada citygate, ou posto de entrega. A Bahia detém 63% das reservas de gás natural do Nordeste e 17% das reservas do país.

Principais consumidores de gás

Industrial – O principal mercado da Bahiagás é o segmento Industrial, com média de vendas de 3,4 milhões de m³/dia. O consumo se localiza principalmente no Polo Petroquímico de Camaçari, com cerca de 66% das vendas totais da Bahiagás, como também no Centro Industrial de Aratu, Feira de Santana, Alagoinhas, Eunápolis, Mucuri e Itabuna.

Automotivo – O segmento veicular foi responsável por cerca de 4% das vendas da Bahiagás em 2014, uma média de 204 mil m³/dia, distribuído por 61 postos. Além do gasoduto urbano, na capital, o produto é levado por caminhões capacitados para a descompressão do produto para a estocagem em postos distantes. As unidades abastecidas com Gás Natural Veicular (GNV) localizam-se em Salvador e em mais 14 municípios: Alagoinhas, Camaçari, Candeias, Catu, Conceição de Jacuípe, Cruz das Almas, Dias D’Ávilla, Feira de Santana, taberaba, Itabuna, Pojuca, Santo Antônio de Jesus, Simões Filho e Valença.

Comercial – O segmento comercial fechou 2014 com cerca de 320 clientes consumindo gás natural. O abastecimento no setor teve inicio em 2002 com um estabelecimento de pequeno porte no segmento hoteleiro.

 

Albenísio Fonseca/Tribuna da Bahia

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