Bahia é recordista absoluto em assassinatos no país

Porto Seguro está entre as cidades com maior número de homicídios no Estado

Por Daniel do Valle / O Sollo

Bahia é recordista absoluto em assassinatos no paísViver na Bahia é um sonho, mas também um risco. O Estado é recordista absoluto no país em número de assassinatos, com 5.450 ocorrências em 2014 e uma taxa de 36 para cada 100 mil habitantes, 11,63% do total nacional. Os dados estão no Diagnóstico dos Homicídios no Brasil divulgado ontem (15), pela Secretaria Nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça.

Os Municípios escolhidos pelo relatório da violência e suas respectivas taxas são: Camaçari (77,1), Feira de Santana (54,9), Ilhéus (62,0), Itabuna (69,0), Juazeiro (49,4), Lauro de Freitas (77,1), Porto Seguro (86,5), Salvador (43,6), Simões Filho (84,3) e Vitória da Conquista (47,9). As cidades selecionadas na Bahia apresentam situações alarmantes, com destaque para Porto Seguro e Simões Filho.

Entre os Estados, Rio de Janeiro aparece em segundo lugar em números absolutos, com 28 ocorrências para cada 100 mil habitantes e 4.610 assassinatos. São Paulo está em terceiro lugar com 9,8 ocorrências para cada 100 mil habitantes e 4.294 assassinatos. As regiões Norte e Nordeste concentram 52% dos casos de homicídio, com 24.328 registros.

Estatísticas de guerra

A taxa média de homicídios na Região Nordeste é de 33,76 por 100 mil habitantes. Em uma comparação internacional, países com históricos de guerra civil, como o Congo (30,8), e com associação ao narcotráfico, como a Colômbia (33,4), possuem taxas menores que a do Nordeste brasileiro. Internamente, a taxa da região é maior que o dobro no Sul do país (14,36).

Um relatório lançado em 2014 pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o tema da prevenção global da violência apontou que 10% dos homicídios ocorridos no mundo são cometidos no Brasil. Deste total, 71% são perpetrados com o uso de armas de fogo, legais ou ilegais.

Especialistas do Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontaram que o acúmulo de vulnerabilidades sociais e a ausência de políticas públicas representam fatores de risco associados à violência homicida. A existência de gangues, bem como o consumo e o tráfico de drogas, também têm sido apontados em diferentes perspectivas como causadores das estatísticas de guerra.

Assassinatos entre negros e jovens

Os negros (somatória de pretos e pardos, segundo o IBGE, Censo 2010) representam 50,7% da população do país e corresponderam a 72,0% das mortes, contra 26,0% de mortes de brancos e amarelos, num total de 50.715 mortes em 2013.

Os jovens com idade entre 15 e 29 anos estão no topo da pirâmide das mortes causadas por homicídio no país e o percentual de mortes dessa parcela da população chega a 52,9% do cálculo geral (dados do MS/Datasus).

Governo da Bahia contesta

O Governo da Bahia contestou o relatório. Em nota, a secretaria de Comunicação do Estado ressaltou que a Bahia ficou em sexta posição, em relação ao número de homicídios a cada 100 mil habitantes em 2014, e informou a queda de 10,5% no índice de homicídios de setembro, em relação ao mesmo período do ano passado. O número de vítimas fatais caiu de 437, em 2014, para 391 este ano.

 

 

 

 

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