A segunda etapa da campanha de vacinação contra a Febre Aftosa realizada em novembro de 2014 alcançou os melhores resultados dos últimos dois anos, com o índice de 95,50%, superior aos 95,12% obtidos em novembro de 2013, e 92,89% de novembro de 2012. O resultado foi divulgado nesta terça-feira (21) pela Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), vinculada à Secretaria de Agricultura (Seagri). Na segunda etapa da campanha são vacinados apenas os animais com até 24 meses. De acordo com o levantamento da Adab, os criadores vacinaram 3.340.753 dos 3.498.301 bovinos e bubalinos jovens, com idade de até dois anos, garantindo a sanidade do rebanho baiano.
Agora, a meta da Seagri/Adab é superar, na primeira etapa da campanha de vacinação de 2015, o índice de 98,01% obtido em maio de 2011. “Acredito na defesa agropecuária como suporte e passaporte para o sucesso da pecuária baiana, mas, principalmente, confio nos produtores que cumprem com o compromisso firmado em benefício da sanidade animal do Estado”, afirma a secretaria estadual da Agricultura, médica veterinária Fernanda Mendonça. O rebanho bovino baiano é de 10.767.576 cabeças.
“É revigorante para o corpo técnico da Adab saber que o dever foi cumprido com louvor, e assim poder iniciar 2015 com responsabilidade e o compromisso de superar ainda mais os índices. Este resultado é um presente para todos os funcionários da Agência que completou 16 anos de criação no último domingo, 18 de janeiro”, afirma o diretor geral da Adab, Paulo Emílio Torres.
Entre as regiões que obtiveram melhores índices na última campanha estão Irecê (99,19%), Juazeiro (97,72%), Itaberaba (97,50%), Barreiras (96,95%) e Teixeira de Freitas (96,91%). A Bahia finalizou o ano de 2014 com a manutenção do alto índice atingido na mesma etapa de 2013 (95,12%). Movidos pelo slogan da Campanha, “Seu bezerro vai sonhar grande”, a equipe de Juazeiro conseguiu sair do pior índice, com 78,67% da 1ª etapa de 2014, para o segundo maior percentual entre as 15 coordenadorias regionais e o escritório em Salvador.
Os três municípios que detém os maiores rebanhos estão no Extremo Sul do Estado, na Coordenadoria Regional da Adab em Teixeira de Freitas, a saber Itamaraju, Guaratinga e Itanhém, na respectiva ordem. A Região detém o maior rebanho da Bahia com 1.698.420 bovídeos existentes e vem se destacando nos últimos tempos como berço da pecuária baiana.
Em maio deste ano, 2015, acontece novamente a primeira etapa da campanha de vacinação contra a Febre Aftosa e “a Adab tem a certeza do compromisso dos criadores baianos na imunização de todos os bovinos e bubalinos, independente da faixa etária do rebanho, bem como o comparecimento para a declaração, prevenindo a pecuária baiana contra a reintrodução da Febre Aftosa”, lembra o diretor de Defesa Sanitária Animal da ADAB, Rui Leal. “Essa é a meta da Agência, pois se trata de um pacto pelo desenvolvimento e sustentabilidade da agropecuária baiana”.
Rebanho ainda se recupera da seca
De acordo com informações compiladas das declarações dos criadores baianos, entre 2012 e 2014, o rebanho existente sofreu uma redução de 10% decorrente da maior seca que perdurou até 2013. Ainda assim, a Bahia detém o maior rebanho bovino do Nordeste.
Para a superintendente federal da Agricultura na Bahia, (SFA-BA/Mapa), Virgínia Hagge, uma série de pareceres favoráveis incentivou a melhoria dos índices de imunização dos animais. E em consonância com a Seagri e com a Adab, a Federação da Agricultura do Estado da Bahia (Faeb) tem apoiado as ações de defesa, buscando o comprometimento consciente para garantir a sanidade do patrimônio pecuário da Bahia. “Este resultado é uma vitória do criador, das entidades ligadas ao setor e da Agência de Defesa Agropecuária na Bahia”, ressalta o presidente João Martins.
Faltando três meses para completar 15 anos de reconhecimento internacional de zona livre da febre aftosa com vacinação, “a Adab está em constante evolução e trabalha sempre em conjunto com o produtor em defesa da sanidade animal de todo estado. Na próxima etapa de maio, alcançará índices ainda maiores contra a enfermidade na Bahia”, conclui o coordenador do Programa de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa na Bahia, Antônio Lemos Maia Neto.
Histórico contra a Febre Aftosa
A Bahia foi um dos estados pioneiros na implantação do programa contra a febre aftosa em 1968, através do Grupo Executivo para Erradicação da Febre Aftosa na Bahia (Gerfab). Até 1992 as ações tomaram novas perspectivas. “Impulsionadas pelos reconhecimentos nacional e internacional, os trabalhos de combate a esta enfermidade adquiriram importância técnica administrativa e econômica, registrando o último foco em território baiano no ano de 1997. Desde então não houve episódio sanitário desta doença no Estado”, lembra Valentim Fidalgo, médico veterinário e ex-diretor de Defesa Sanitária Animal da Adab, que coordenou o programa contra aftosa em nível estadual durante 25 anos.
Sempre em conformidade com as determinações do Mapa, a Seagri, através da Adab, adotou medidas padronizadas e uniformes, contribuindo decisivamente para conseguir a chancela da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) com a Certificação Internacional, conferindo à Bahia o Estado Livre de Febre Aftosa com Vacinação em maio de 2001. Foi então criada a Zona Tampão – área compreendida por 58.201 km² no norte do Estado estabelecida pelo Mapa – para impedir a entrada de animais com possibilidade de estarem infectados pelo vírus da aftosa, uma vez que a Bahia faz divisa com estados cujo risco de infecção era desconhecido.
O governo do Estado iniciou um intenso trabalho para extinguir a Zona Tampão, área composta por oito municípios com 10 mil criadores, impedidos de comercializar com as demais regiões baianas por fazer divisa com PI e PE, classificados à época, como risco desconhecido para a febre aftosa. O marco histórico para a mudança do perfil do agronegócio baiano, de apoio à agricultura familiar, foi então consolidado no dia 28 de dezembro de 2010, através da Instrução Normativa nº 45 do Mapa, extinguindo a Zona Tampão, com a homologação da Zona de Proteção, em maio de 2011 pela OIE.
A agropecuária baiana avançou em 2011 com a redução da faixa etária vacinal dos bovinos e bubalinos de até 24 meses e, em 2013, a Zona de Proteção foi unificada a todo Estado também em relação à estratégia de vacinação. A Zona de Proteção foi definitivamente extinta em 2014 diante da evolução de estados do nordeste e norte do Pará para Livre de Febre Aftosa com Vacinação. A Bahia que durante muitos anos conviveu sanitariamente com a cisão da Zona Tampão e da Zona de Proteção, hoje tem a unanimidade do estado com tratamento igualitário a todos os criadores e a total eliminação de qualquer restrição, para esta enfermidade.
Fonte: Ascom da Adab/Seagri