Os números da violência que tem sido disseminada no estado do Espírito Santo aumentam a cada dia. A paralisação por parte da Polícia Militar transformou as cidades capixabas em “terra de ninguém”, o Estado que deveria assegurar a manutenção da lei e da ordem, não é capaz de inibir a ação de criminosos, mesmo com o efetivo militar de 1,2 mil homens do Exército e da Força Nacional de Segurança que se empenham em reforçar o policiamento. De acordo com o Sindicato da Polícia Civil, a delegacia de furto e roubo de veículos, o Fecomércio ES e o próprio governo estadual, foram registrados: 146 homicídios, mais de 300 lojas saqueadas além do prejuízo de mais de R$ 300 milhões para o comércio.
Conforme previsto na Carta Magna, é vedada a possibilidade de militares entrarem em greve – o que inclui os próprios policiais militares –, caso assim procedam, o gesto se configuraria em motim. Portanto, a paralisação é inconstitucional; no entanto, a fim de não serem acusados de “amotinadores”, os policiais militares alegam que estão sendo impedidos de saírem dos quartéis, por conta dos familiares que protestam pelo reajuste que a categoria tem reivindicado há anos – apesar de que em muitas ocasiões, o número dos que protestam giram em torno de uma dezena de manifestantes que bloqueiam os portões, impedindo a passagem dos policiais. Essa tática tem sido adotada desde o início da paralisação e, por conseguinte, contribuindo para instauração do caos que tem deixado não apenas a população capixaba perplexa, mas todo o País, que teme que o mesmo se espalhe para outros estados.
Foto: Diony Silva/CBN VitóriaOs depoimentos dos moradores dão um vislumbre do cenário de guerra em que o Espírito Santo vive. A dona de casa Gelde Gomes disse que “a situação está precária, estamos reféns da bandidagem. Está tudo fechado, saí rápido para comprar pão e não consegui achar lugares abertos”. A criminalidade desenfreada prejudicou aqueles que dependeriam do transporte coletivo na região, pois 1200 ônibus municipais e intermunicipais permanecerão nas garagens.
Foto: Vinicius Moraes /AFP/JCA onda crescente de violência é mais um capítulo da segurança pública brasileira, uma vez que nos últimos anos houve mais assassinatos no País do que na Síria, onde se encontra em guerra civil. Por exemplo, entre os anos de 2011 a 2015, foram assassinados 278.839 brasileiros, enquanto que o conflito sírio vitimou 256.124 pessoas; conforme divulgou o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) no ano passado.