Atentado

Atentado

Um vazio gelado tomou conta dos israelenses naquela hora cinzenta. Me ocorreu que aquelas mortes, de forma tão brutal, sugam um pedaço do mundo. Os cadáveres daquela festa deixam atrás de si um grande nada. Os cadáveres são corpos mortos. Naquele momento parecia tranquilo, mas, durante um instante, este curto espaço de tempo da morte efetua-se um divorcio entre a paz e a guerra, aniquilando todas as cores da paz.

Se examinarmos de perto cada fragmento daquele momento, nos engasgaríamos aterrorizados com aquele instante de 7/10 de 2023, onde 260 jovens morreram na festa de música do atentado do Hamas no território de Israel. Muitos reféns, alguns mortos. Em represália, Israel já matou quarenta e um mil palestinos. Sei que o ser humano tem a capacidade inata de se reconstruir, de se cauterizar, como se tivesse várias camadas de pele, uma sobre a outra, e que nossa capacidade de esquecimento não tem limites. As lembranças mais preciosas dos reféns se desvanecerão. Tudo tombará na escuridão.

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