Até quando abusarás?

“Quousque tandem abutere, Catilina, patientia nostra?” Cícero, (106 a.C a 43 a.C)

 

As regras normativas sobre o uso de citações, epígrafes, pensamentos, frases e situações que tais, recomendam que se redigindo em outro idioma se faça, a seguir, a tradução correspondente. Afinal, nada melhor que se ofereça ao leitor na língua materna o significado do que se deseja ressaltar no original, em outra língua.

Em cumprimento, portanto, à norma pode-se traduzir a epígrafe acima como “Até quando, oh Catilina, abusarás de nossa paciência” E por que ela é tão lembrada e referenciada?

Um pouco de história não faz mal a ninguém, principalmente para quem respeita a Educação e a cidadania. É ao longo do império romano, aproximadamente 60 anos a.C., em plena efervescência das disputas internas pelo poder no senado, que dois personagens se defrontaram.

De um lado o grande Cícero, orador e político, em contraponto a Catilina, general, que, também, se postava com sua liderança e desejos de alcançar o poder mesmo que para tanto usasse de artimanhas e processos tipos “malfeitos”, a exemplo dos vivenciados na atualidade brasileira. É, exatamente, aí que a história registra o apelativo famoso de Cícero “Até quando…”, epigrafado acima em latim, verdadeiro clamor aos brilhos romanos!

E por que o “Até quando abusarás de nossa paciência” encontra-se vicejando na sociedade nacional? Tome-se o exemplo da Educação, para todos e com qualidade.

Conforme preceitua a Constituição de 1988, no seu artigo 205 “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. Infelizmente, não é isto que se assiste no dia a dia, mês a mês e ano após ano, no cenário baiano e brasileiro?

Quem mal planeja, pior executa! E qual o planejamento que se conhece da educação municipal, da estadual ou, igualmente, das instituições federais, nestes casos nos âmbitos do ensino secundário e superior em cada municipalidade? Ou será que há um propósito, inconfesso, para tal procedimento?

E você tem participado da Educação por ser “dever da família” e “colaboração da sociedade” como bem disciplinou o artigo 205 da Constituição já referenciado anteriormente?

Sendo a resposta ”não”, cabe observar aos políticos, autoridades e à sociedade: Catilina, de tanto abusar, além de derrotado, passou à história de forma desonrosa.

 

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