Em conversas com a Suzano para combinação de negócios, a Fibria também entrou no radar dos asiáticos da Paper Excellence, que chegaram ao Brasil no ano passado ao fecharem acordo para a compra da Eldorado, do Grupo J&F, por R$ 15 bilhões. Segundo uma fonte a par das negociações, pelas contas dos asiáticos, a Fibria foi avaliada em R$ 40 bilhões e a oferta seria de cerca de R$ 71 por ação.
Na B3, as ações da Fibria sobem 3,55% na manhã desta segunda-feira (12) e são negociadas a R$ 69,96, enquanto as ações da Suzano recuam 4,75% e são negociadas a R$ 22,04.
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A família Wijaya, de origem indonésia, dispensou a chamada due dilligence, auditoria feita numa empresa pelos potenciais compradores, e se comprometeu a pagar uma multa de R$ 4 bilhões (R$ 7 por ação a todos os acionistas) caso o negócio não seja aprovado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão que regula a concorrência no país.
Segundo a fonte, os asiáticos costumam trabalhar com recursos próprios em suas aquisições mundo afora, mas nada impede que a companhia busque recursos no mercado. O negócio está sendo assessorado pelo BTG.
NEGOCIAÇÕES
A Fibria está em conversações com a Suzano desde o ano passado para a criação de um nova empresa, que teria controle da Suzano. A família Ermírio de Moares, que possui 29,42% da empresa estaria disposta a sair do setor de celulose, assim como saiu do setor de aço ao vender a Votorantim Siderurgia pela ArcelorMittal Brasil. O BNDES, que é sócio da Fibria e da Suzano, já teria dado aval para a transação. Juntas, Fibria e Suzano têm capacidade para produzir 11 milhões de toneladas de celulose de fibra curta e se tornarem uma gigante mundial.
Procurada, a Paper Excellence não comentou o assunto. A Fibria também foi procurada e ainda não se pronunciou.