“Por causa da preguiça, o telhado se enverga; por causa das mãos indolentes, a casa tem goteiras.” (Eclesiastes 10.18)
Preguiça. Tem o animal e tem o pecado. É, na relação religiosa em que aparecem sete pecados capitais – os piores para se cometer – está a preguiça. Não entrarei no mérito. Apenas um comentário: para alguns ela deveria ser absolvida e tirada da lista. Não somente isso. Deveria ser elevada à qualidade de virtude. Afinal, dizem eles, ela nos impede de cometer os outros seis. Faria sentido se de fato impedisse. Quanto ao animal, ele é bem desengonçado e desproporcional (lembra do Cid da Era do Gelo?). Já a preguiça pecado é bem articulada e nos convence que o mundo é desproporcional.
O preguiçoso adia tudo porque sempre haverá tempo. Reclama de tudo porque tudo é cansativo demais. Sempre está precisando descansar, afinal já fez mais que o bastante, estão exigindo demais. A marca registrada da preguiça (pecado) é o descuido: com nossos bens, com nossa saúde, com nosso dinheiro, com nosso cristianismo, com nosso intelecto, etc.. E todos somos preguiçosos, para alguma coisa. E então o telhado se enverga e as goteiras aparecem e ficam. A preguiça é um pecado porque gera desperdício e causa prejuízos.
Ser preguiçoso nos desvaloriza, nos impede de florescer e desenvolver potenciais e capacidades. Tornamo-nos um peso para os outros e inúteis para Deus. Por preguiça não lemos, não oramos, não saímos de casa para servir, não cultivamos amigos. O ócio e o descanso são necessários, mas a preguiça é completamente dispensável. Ela não deve ser nossa companheira. O cristianismo não é para preguiçosos, afinal, na vida de discípulo há muito que fazer!