Após greve, IBGE prevê cerca de 1,5 mil vagas em concurso ainda em 2014

Paralisação chegou a ter 25% de adesão em 21 unidades estaduais.

Criação de novas vagas era uma das reivindicações do sindicato nacional.

Após greve, IBGE prevê cerca de 1,5 mil vagas em concurso ainda em 2014O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) espera autorização do governo federal para realizar um concurso público, ainda em 2014, para 1.044 vagas de nível médio e cerca de 300 para nível superior. A informação é do diretor-executivo do instituto, Fernando Abrantes, e era uma das reivindicações do Sindicato Nacional (ASSIBGE), durante a greve que durou 77 dias e foi encerrada na terça-feira (12).

Segundo o IBGE, atualmente há 6 mil funcionários no quadro e 4.426 temporários. “A questão fundamental é que o IBGE não pode abrir mão do uso de temporários. Mais do que ter menos temporários, temos que ter mais pessoas no quadro. A intenção é aumentar o efetivo do IBGE”.

Ainda de acordo com diretor, somadas às 600 vagas já criadas em concurso em 2013, o IBGE iria recompor 46% do quadro pessoal e efetivo do instituto, que se aposentou ou abandonou o cargo. A criação desse concurso, faz parte de um dos pontos firmados em acordo assinado na manhã desta quarta entre órgão e sindicato.

“No acordo que foi fechado hoje, foram destacados dois pontos: o primeiro era um grupo de trabalho, que tem por objetivo fazer proposta de mudança da carreira do IBGE para o ciclo de gestão, e incluindo nova tabela salarial. O segundo, diz respeito a questão do temporário. A tarefa é definir alguma proposta para repensar a proporcionalidade entre trabalhadores do quadro e temporário”, explicou Abrantes.

Reintegração de temporários

O diretor afirmou, no entanto, que o IBGE não concorda com a reintegração dos temporários que não tiveram seus contratos renovados durante a paralisação. E afirmou que o direito à greve destes trabalhadores está sendo discutido juridicamente, em Brasília.

“Desses contratos que foram desligados, o IBGE não concorda [com a reintegração] porque os gestores têm obrigação de fazer valer as leis e os contratos. E esse pessoal foi contratado com regras claras e específicas e têm conhecimento desse contrato. Ninguém está sendo surpreendido”, disse, acrescentando que os contratos são renovados a cada três meses.

Pesquisas afetadas

Ainda de acordo com Abrantes, os dias de trabalho parado serão repostos, e a preocupação central do instituto é divulgar os dados da Pesquisa Mensal de Emprego, de Salvador e Porto Alegre, e Pnad Contínua dos seis estados, que não foram informados devido a greve, em maio e junho. Ele, no entanto, não soube informar se na próxima divulgaçao da PME, em que estes dados serão apresentados.

“A ideia é colocar nossa prioridade máxima em dia. Estamos colocando todos os esforços. No momento não tenho essa informação [se na próxima divulgação haverá a divulgação dos dados da PME e Pnad completos]. A gente vai solicitando para todas as nossas unidades um balanço da situação. Temos regra de atualizar o mais rápido possível nosso cronograma de trabalho”.

Segundo Abrantes, também haverá reposição dos valores descontados no salário devido à ausência dos servidores. “Eles foram descontados, mas serão reembolsados [pelos dias parados]. Provavelmente estará na próxima folha que está sendo mandada para Brasília essa semana ainda”, completou.

Greve

A paralisação, que teve início em 26 de maio, atingiu 21 unidades estaduais e chegou a ter adesão de 25% dos servidores. O ASSIBGE-SN reivindicava que o instituto fosse tratado como órgão de Estado e não de governo. Os servidores pediram ainda autonomia técnica, reforço no orçamento condizente com plano de trabalho, valorização salarial e patamar do ciclo de gestão.

 

 

 

Fonte: Cristiane Cardoso/G1

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