“Bem-aventurados os puros de coração, pois verão a Deus.” (Mateus 5.8)
Há um antigo hino que diz: “Que a beleza de Cristo se veja em mim”. Esse deve ser um anseio nosso. Ser alguém que lembre Jesus. E uma das marcas de Jesus era a pureza de coração. Suas intenções não eram dúbias. Diferente dos fariseus a quem os evangelhos várias vezes mostram agindo com segundas intenções. Jesus não. Ele não preparava armadilhas e nem enganava as pessoas. Não usava as pessoas como objeto, para alcançar seus interesses. Jesus amou cada pessoa e as tratou com respeito, bondade e misericórdia. No reino dos homens somos expostos a comportamentos e situações que nos ensinam o contrário do que Jesus fazia. E ai, em lugar da beleza de Cristo, revelamos a feiura dos malvados. A falta de pureza, de simplicidade interior, torna a vida pesada, rouba-nos a oportunidade de construir relacionamentos saudáveis e amorosos. Afastam-nos da beleza de Cristo e nos impede de honrar a Deus como devemos.
Certa vez os discípulos perguntaram a Jesus: “Quem é o maior no Reino dos céus?”. Eles muitas vezes estiveram ocupados com essa questão. O reino dos homens ainda estava vivo em seus corações, como também em nossos corações tantas vezes. A resposta de Jesus foi colocar diante deles uma criança. E então disse: “Eu lhes asseguro que, a não ser que vocês se convertam e se tornem como crianças, jamais entrarão no Reino dos céus.” (Mt 18.3) Uma criança é um exemplo por excelência de pureza de coração. Em sua pureza ela revela o que faz a vida valer a pena. Ela não se impressiona com aparências e não é guiada por preconceitos. Éramos assim quando crianças, mas depois fomos crescendo e aprendendo o jogo dos adultos, de como as coisas são e perdemos essa pureza. O Reino de Deus nos convida a voltar a ela.
Não se trata de voltar àquela inocência da inexperiência e fragilidade da criança o que o Reino de Deus nos propõe. O que ele nos propõe é escolhermos a pureza, fruto do amor. Que vê o mal, que reconhece a ofensa, que percebe a falsidade, mas responde com pureza. Que perdoa com facilidade e, diante da dificuldade de perdoar, escolhe perdoar com determinação e perseverança. Uma pureza que vira a página e segue em frente. Que acredita nos valores do Reino de Deus e os escolhe, insistentemente. Mesmo que não funcionem no reino dos homens e não produzam vantagens. Para isso, é preciso uma entrega diária da vida a Deus e a decisão de orar com perseverança. Um coração puro é algo que compensa a busca e o esforço. Afinal, aqueles que o tem são bem aventurados e verão a Deus. E o verão, algumas vezes, onde ninguém mais o vê. Pois são os puros de coração que tem olhos para ver o Deus se revela.