Marcelle Soares Santos tinha quatro anos de idade quando foi morar em Serra dos Carajás (PA) para acompanhar o pai, técnico em eletrônica, que iria trabalhar na então estatal Vale do Rio Doce.
Uma década depois, a capixaba voltou a Vitória com sonho e estímulo para se tornar cientista – e nada conseguiria detê-la.
Agora aos 37 anos, a física e doutora em astronomia pela USP (Universidade de São Paulo) lidera uma busca por imagens que ajudem a explicar a força que faz o universo se expandir.
A pesquisa é um complemento à revolucionária descoberta de ondas gravitacionais, vencedora do prêmio Nobel de Física de 2017.
Marcelle é a única brasileira entre as 16 líderes da pesquisa coordenada pelo Fermilab (laboratório de física de partículas ligado ao Departamento de Energia dos EUA).
“Essa descoberta é uma coisa que um cientista da minha área talvez só veja uma vez na vida. Com as imagens, saberemos de onde vem essa força que faz o universo se expandir de forma acelerada“, explica.
Ela entrou no laboratório em 2010, selecionada após passar um período de doutorado na instituição. O contrato durava cinco anos, mas, antes de encerrar esse período, foi promovida a pesquisadora efetiva.
Hoje, ela coordena uma pesquisa sobre a energia escura, que busca a luz emitida por eventos geradores de ondas gravitacionais.
Com essa combinação de ondas e imagens, a ciência tenta conhecer a origem da força que faz o universo se expandir. “A expansão está acelerada, e o grande mistério é: de onde vem a energia para produzir isso?”
No ano passado, Marcelle também se tornou professora da Universidade de Brandeis, uma das mais conceituadas na física nos EUA.
Ela participou do congresso da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) e concedeu entrevista ao portal Uol, quando falou sobre de sua pesquisa, sua carreira na ciência e a superação de preconceito.
Fonte: UOL Ciência e Saúde