Ao sabor do outro

Ao sabor do outroPoo

O imunizante é uma ampola pequena e a agulha é colocada no braço, mas não existe no momento doses salvadoras para todos. O mundo deveria ser de todos, mas os inimigos
são os outros, conforme já disse Sartre: “O inferno são os outros”, que nos lança seus olhares, dizem suas coisas, furam o programa de imunização da vacina com suas maldades, entrando no mundo, no pequeno mundo trêmulo do outro, sem ética e educação.

Que importa à existência do outro? Que importa a existência do risco de vida para os profissionais da saúde? Se a natureza humana é a própria imperfeição? Um calafrio sobe- me pelo corpo! No reluzir da consciência desfruto de mim mesmo. Para o médico ou enfermeiro, cada hora possui a sua previsão de segurança, pela vacina, mas também a sua adesão ao perigo no dia a dia sem imunização já que nos hospitais ouvem a respiração difícil dos pacientes de perto.

– Água – o paciente pede.
O vulto desfocado do enfermeiro aproximou-se e inclina- se mais.
– Está sentindo alguma dor?
O próximo que Jesus pediu para amar, eu sei. Mas Ele está vendo como ficou o próximo neste século. Talvez Jesus responda: Quando os homens tiverem banido a avidez ,irão se libertar da escravatura do egoísmo. Nesta noite de Domingo vejo o céu apertado de estrelas com os escuros pelo meio – ocos que procuro preencher com minha verdade que já não sei se é verdadeira.

*João é natural de Salvador, onde reside. Engenheiro civil e de segurança do trabalho, é perito da Justiça do Trabalho e Federal. Neste espaço, nos apresenta o mundo sob sua ótica. Acompanhe no site www.osollo.com.br.

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