Ampliação de laticínio fortalece cadeia do leite na Bahia

Uma das sete cadeias consideradas prioritárias e por isso mesmo incluída no Programa Vida Melhor, a cadeia do leite deu mais um importante passo nesta terça-feira (24) para alcançar a autossuficiência. Com investimento de R$ 40 milhões, a agroindústria de Laticínios Davaca, localizada no município de Ibirapuã, no Extremo Sul do Estado, anunciou que vai ampliar sua planta fabril, aumentando a abrangência nas diversas linhas de laticínios.

De acordo com o secretário estadual da Agricultura, o engenheiro agrônomo Eduardo Salles, o investimento representa a estruturação da pecuária leiteira no Estado. “O mais importante é a integração e a relação de confiança estabelecida entre os pequenos produtores de leite e os proprietários de laticínios”, disse Salles.

Para o diretor-executivo da empresa e vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios e Derivados de Leite da Bahia (Sindileite), Lutz Rodrigues Junior, “graças ao apoio do governo do Estado, as indústrias conseguiram se modernizar e agregaram valor ao preço do leite pago ao produtor”. Ele analisou que “é o campo que mais gera empregos, pelo fato das indústrias de laticínios serem instaladas, em sua maioria, em pequenas cidades, fixando o homem no campo”.

Com o anúncio da maior fabricante de queijos do Nordeste, a pecuária baiana terá um alcance social ainda maior. A iniciativa é fundamental para alavancar o Programa Estadual do Leite, que pretende atender, inicialmente, 18 mil pecuaristas, com prioridade nos assentamentos e comunidades de agricultores familiares que tem vocação para a pecuária de leite. Atualmente, o Estado produz 1,2 bilhão de litros de leite ao ano, mas seu consumo é de 1,6 bilhão. Isso representa déficit de 400 milhões de litros/ano. A Bahia possui o terceiro maior rebanho leiteiro do País, mas ostenta apenas a 23ª posição em produtividade por vaca ordenhada, com apenas 540 litros/ano.

Com equipamentos de última geração, a Laticínios Davaca passa a figurar entre as quatro maiores e mais modernas fábricas do Brasil nesse segmento, que inclui queijo minas, queijo prato, queijo mussarela, queijo lanche, requeijão cremoso, queijo processado cheddar, leite pasteurizado e manteiga.

MAIS EMPREGOS

A previsão é criar, pelo menos, mais 250 empregos diretos. Hoje, o laticínio tem em seus quadros 300 funcionários diretos e, em média, sete mil colaboradores indiretos. A empresa utiliza diariamente 240 mil litros de leite, produzidos em 1,4 mil fazendas, gerando emprego no campo, na indústria, com a logística e nos supermercados.

O empresário informou ainda que a expectativa é dobrar a capacidade total de produção, processando até 400 mil litros de leite por dia, além de utilizar mão de obra de mais quatro mil trabalhadores rurais.

Responsável por 50% da pecuária baiana, a agricultura familiar será impactada positivamente. De acordo com dados do último censo agropecuário do IBGE, a pecuária de leite está presente em mais de 40% das propriedades rurais brasileiras, abrigando mais de 3,8 milhões de trabalhadores, em sua maioria pequenos produtores familiares, sendo a cadeia produtiva que mais emprega no Brasil.

O anúncio dos novos investimentos foi feito em evento realizado num restaurante de Salvador, do qual, além de Eduardo Salles, participaram os secretários da Indústria, Comércio e Mineração, James Correia, do Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza, Carlos Brasileiro, os deputados estaduais Mário Negromonte, e Zé Neto, o diretor do Banco do Nordeste, Nilo Meira, eo superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Geraldo Machado, dentre outras lideranças.

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