“O amor deve ser sincero. Odeiem o que é mau; apeguem-se ao que é bom.”
(Romanos 12.9)
O amor deve ser sincero. Interessante essa declaração do apóstolo. Será que existe um amor insincero? O que ele está dizendo é “deve haver amor entre vocês e não apenas uma encenação”. Na liturgia da vida cristã não há lugar para o tipo de relação que acolhe com os lábios e rejeita com o coração. Os sorrisos falsos, os tratamentos gentis que nada tem a ver com o interior e que muitas vezes é tão comum na sociedade não é algo a que devemos nos habituar. A fé cristã nos ensina uma outra forma de nos relacionarmos.
O amor deve ser verdadeiro entre nós. Entre todos nós. É claro que não teremos o mesmo tipo de relacionamento com todos. Não seremos amigos íntimos de todos. Mas devemos ser amorosos com todos. É claro que não gostaremos de todos. Não escolheremos viajar de férias com qualquer pessoa. Não levaremos todos para encontros em nossa casa. Mas continua sendo verdade: devemos amar a todos. Acontecerá também de alguns se fazerem nossos inimigos, talvez alguém aja de forma desonesta contra nós, mas ainda assim, devemos amar a todos. E se devemos, que não nos façamos inimigos de ninguém e não tenhamos atitudes desonestas, seja contra quem que que seja, sob hipótese alguma. Por que? Porque não seria uma atitude cristã. Amar é algo tão especial que podemos amar todas as pessoas e devemos nos esforçar para fazer isso. Amar é agir para com o outro inspirados pelo amor, visando o bem do outro.
Se falamos mau uns dos outros, estamos falhando no dever de amar. Se julgamos e condenamos, estamos falhando no dever de amar. Se guardamos mágoas, se nos lembramos dos erros que os outros cometem para usá-los contra eles no momento em que nos parecer interessante, estamos falhando no amor. Se desejamos que o outro fracasse e nos negamos a servir de apoio quando o bem do outro depende de nós, estamos falhando no amor. Se em lugar de cooperar, ajudar, apoiar, compreender, promover a paz, o acordo, se em lugar de servir e cuidar, escolhemos agir para que tudo fique mais difícil na vida do outro, estamos falhando no dever de amar.
Amar é a grande missão do cristão e da igreja. O mundo em que vivemos é antagônico ao amor. Nele o poder, a competição, a inveja, as tramoias, a corrupção, as armações estão sempre em andamento. Como disse Jesus, devemos ser o sal da terra e a luz do mundo e agirmos de tal forma que o mundo veja as nossas boas obras e glorifiquem ao nosso pai que está nos céus (Mt 5.13-16). Por isso Paulo, após dizer que nosso amor deve ser sincero, orienta sobre odiar o que é mau e apegar-se ao que é bom. O amor é assim.
Ontem foi domingo. Possivelmente você participou de algum culto. Imagino que tenha feito alguma oração ou quem sabe cantado ou ouvido alguma canção cristã. Qual a importância disso? É na vida que revelamos o valor de nossa liturgia religiosa. Como temos aprendido, vida cristã é uma questão de liturgia da vida, das relações. Então ame. Ame com sinceridade. Rejeite o mal e agarre-se ao que é bom. Faça isso diariamente. Há uma liturgia para vivermos se somos cristãos. É vivendo-a que glorificamos ao Deus que tem lhe dado vida.