Amor

“O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca perece; mas as profecias desaparecerão, as línguas cessarão, o conhecimento passará.”(1 Coríntios 13.4-8)

Um dia, tanto na história pessoal como na história universal, as ilusões serão desmascaradas. Nenhuma ilusão dura até o final, pois o final a dissipa. Um dia todos iremos perceber as mesquinharias de que nos ocupamos, os valores que desprezamos e as bobagens que tanto valorizamos. E o amor será o divisor de águas. Não serão as profecias que tanto tentamos interpretar. Elas desaparecerão. Não será as línguas que tanto nos parecem sinal de grandeza. Elas cessarão. Também não será o conhecimento que tanto nos alimenta certezas e confianças. Ele envelhecerá e perderá o sentido. Nossos olhos verão a verdade. Um novo momento revelará uma nova realidade e as coisas velhas terão passado, bem como tudo que faz parte delas. Neste dia, em que tudo isso se dissipará como a neblina ao sol, o amor ainda estará firme e de pé.

Entendemos tão pouco do amor! Como poderia ser diferente se entendemos tão pouco de Deus? E, entendendo tão pouco de Deus, entendemos tão pouco da vida! E entendendo tão pouco da vida, entendemos tão pouco do amor. E é este o círculo que nos detém na imaturidade e deturpa a nossa religiosidade. Fizemos da Bíblia o nosso manual. E, para que serve um manual senão para substituir o criador?! Afinal, um manual serve exatamente para dispensar a presença de quem criou aquilo de que trata o manual. Mas o Evangelho não nos propõe isso! “Sem mim, vocês não podem fazer coisa alguma”, disse Jesus. Mas nós bem que tentamos e insistimos, com base no manual.

E, entendendo tanto de Bíblia, entendemos tão pouco de amar e ser amado. Será que poderíamos compreender a Palavra daquele que é amor e ao mesmo tempo permanecer entendendo tão pouco de amor? Talvez haja aí uma incoerência. Será que não a percebemos? Mas um dia tudo isso vai passar. Até lá devemos nos apegar à Graça de Cristo. Ela nos envolve no amor de Deus. E apesar de nossa lentidão em aprender, em discernir o que é verdade e o que é ilusão, seremos ensinados a amar e a ver no amor a nossa missão. O que o amor é e o que ele não é nos ensinará sobre como devemos ser. Perceberemos melhor como e em que sentido é sagrada a presença de Deus e nos interessaremos mais e amaremos mais as pessoas. Quando tudo passar, e um dia tudo vai passar, ficará o que for fruto do amor e o próprio Deus nos abraçará, por puro amor.

ucs

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