“Quando eu era menino, falava como menino, pensava como menino e raciocinava como menino. Quando me tornei homem, deixei para trás as coisas de menino. Agora, pois, vemos apenas um reflexo obscuro, como em espelho; mas, então, veremos face a face. Agora conheço em parte; então, conhecerei plenamente, da mesma forma como sou plenamente conhecido.” (1 Coríntios 13.11-12)
Durante muito tempo acreditei que ser uma pessoa madura era ser alguém capaz de friamente lidar com as situações e tomar decisões lógicas e bem calculadas. Ainda considero importante pensar o bastante e ser razoável. Considero importante usar o bom senso diante das encruzilhadas da vida. Mas a leitura repetida dos Evangelhos, as buscas em oração e o enfrentamento de dores, tudo com a ajuda do Espírito Santo, tem me levado a outra compreensão. Ser maduro é ser capaz de amar. O amor nos conduz à maturidade. Por isso, no capítulo em que Paulo fala do mais excelente caminho, o amor, fala também sobre maturidade.
Ele entendeu que tudo ainda é obscuro. E só entendeu porque amadureceu. E só amadureceu porque foi conquistado pelo dever de amar e não pelo anseio de saber. Por isso Paulo se veste de humildade e de humanidade. Dos pecadores, se considera o principal (1 Tm 1.15). Tudo que sabia, seus títulos e posições, tanto na vida religiosa quanto na vida social, considerou como esterco, como nada, diante do grande privilégio de conhecer a Cristo (Fl 3.8). Paulo aprendeu a descansar no cuidado de Deus (2 Tm 1.12). O orgulhoso fariseu morreu e um humilde seguidor de Jesus, ganhou vida. Tudo começou no caminho de Damasco e seguiu acontecendo diariamente ao longo de sua vida. As coisas “de menino”, de sua espiritualidade fundamentada na letra, e não no Espírito, inspirada na Lei e não no amor, foi perdendo espaço e a graça abundou em sua vida.
Precisamos amadurecer. É só amadurecendo que a vida verdadeira virá e só amadureceremos se nos dedicarmos a amar e servir. O amor inspira o serviço e servir nos ensina a amar mais e melhor. A imaturidade nos divide, nos torna intolerantes. Alimenta nosso orgulho e nos faz resistir a tudo que não se parece conosco mesmos. Imaturos não sabem ceder, não sabem partilhar, não sabem servir, não sabem amar. Precisam vencer para sentirem-se com valor. Imaturos não conseguem cuidar, estão sempre dando trabalho e exigindo cuidado. É hora de crescermos, de amadurecermos e darmos fruto! E o sinal de que estamos neste caminho é uma vida de amor e serviço. Pessoas maduras são pessoas úteis, dispostas e disponíveis! Não porque lhes sobra tempo, mas porque amam o bastante. Que o amor nos leve a pensar, sentir e agir como adultos! Que a infantilidade fique para trás. Afinal, temos um chamado. E ele não é para quem só sabe cuidar de si mesmo!