“Então uma voz dos céus disse: Este é o meu Filho amado, em quem me agrado.” (Mateus 3.17)
Você já se convenceu de que é amado, é amada por Deus e que Ele se agrada de você? Sei que, como eu, você é falho e Deus não concorda com nossas falhas. Mas isso não O impede de agradar-se de nós. Ele se agrada porque nos ama. Após ser batizado e sair da água, uma voz do céu disse sobre Jesus o que lemos no verso 17 de João 3. E João ouviu. Sem dúvida um sinal autenticador do Messias. Sem dúvida uma forma de confirmar que Jesus, aquele galileu de aparência tão comum que João Batista mais tarde testemunharia: “Eu não o teria reconhecido, se aquele que me enviou para batizar com água não me tivesse dito: ‘Aquele sobre quem você vir o Espírito descer e permanecer, esse é o que batiza com o Espírito Santo’. Eu vi e testifico que este é o Filho de Deus” (Jo 1.33-34), passaria despercebido. Mas creio também que aquela voz tem a ver comigo e com você.
Jesus veio para nos salvar porque Deus nos amou. Ele mesmo declarou: “Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que este fosse salvo por meio dele.” (Jo 3.16-17) Em Cristo somos feitos filhos de Deus e podemos desfrutar o eterno amor de Deus por nós. Ele sabe quem somos e nos ama como somos. Sobre nós, por meio de Jesus, a voz de Deus também declara: “Você é meu filho amado e eu me agrado de você”. Agradar-se de nós é parte de Seu amor. E isso é tão incompreensível para nós como é incompreensível Seu amor. Crer nisso é, não a nossa melhor chance, mas a nossa única chance de sermos transformados. Somente crendo neste amor incrível é que confiaremos o bastante em Deus para nos submeter e obedecer. E ao fazer isso, somos transformados. A aceitação de Deus é a chave que abre nosso coração para desejarmos a transformação que Ele quer para nós.
Por não crer assim, tentamos nos submeter e obedecer por medo ou por interesse. Pensamos que assim seremos merecedores de bênçãos (ainda que digamos que não) ou, pelo menos, que estaremos nos livrando do castigo. Este caminho nos parece lógico, enquanto crer no escândalo do amor gracioso nos parece um desvio. Mas é justamente o contrário. E uma das provas é que esta relação por medo ou interesse nos leva a uma espiritualidade farisaica. Temos dificuldades para amar, ser pacientes, ser bondosos e tudo mais que aparece na lista que caracteriza o fruto do Espírito (Gl 5.22-23). Nossa marca não são a leveza e beleza de Cristo, mas o peso e a face sisuda da religião. Começando no batismo e por todo o ministério de Jesus, somos apresentados ao Deus que nos ama como somos. E nada será poderoso o bastante para nos fazer pessoas novas que este amor. Por isso, creia: você é amado/amada assim. Que, começando com seu batismo e por toda sua vida, você creia e desfrute este amor.