Alma de criança, vida de adulto

“Sou como uma criança recém-amamentada por sua mãe; a minha alma é como essa criança.” (Salmos 131.2b)

Para vivermos como verdadeiros adultos, como pessoas saudáveis, é preciso alma de criança. Essa é a mensagem do Reino de Deus. Essa é a poesia profética, a revelação poética do salmista. Não estão na sabedoria deste mundo, no reino dos homens, os ensinamentos que podem nos dar uma alma de criança. Não aprendemos no reino dos homens os caminhos que nos levam ao Reino dos céus. Nosso reino é o reino da insatisfação, da fome e da busca incessante. Não é necessariamente o reino da escassez, mas com certeza o reino da ilusão. Quanto mais se tem, mais se quer e o que a alma come não lhe sacia a fome. Como canta o U2, escalamos as montanhas e os muros da cidade, corremos e rastejamos, falamos a língua dos anjos e sentimos a presença do mal. Contudo, ainda não encontramos o que estamos procurando (“I Still Haven’t Found What I’m Looking For”).

Não poderemos conhecer a realidade declarada pelo salmista sem confiarmos completamente em Deus. Sem nos entregarmos inteiramente à graça de Cristo Jesus. Ele fala de vida plena, de alma saciada que entrega-se ao sono da satisfação. Devemos ser para com Deus como uma criança que chora pelo seio da mãe, pois sabe que lá está seu alimento. Mas andamos chorando e buscando outros seios, não os de Deus. O alimento que buscamos apenas fortalece nosso orgulho e nossa presunção. Torna-nos mais duros e distantes, mesmo daqueles que dizemos amar. O alimento ofertado pelo reino dos homens nos custa uma dedicação que nos impede a devoção. E assim vamos cada vez mais para longe da única fonte que pode nos dar o que tanto procuramos. Perdemos enquanto lutamos para achar e nos empobrecemos enquanto acumulamos nossas riquezas. Falta-nos a alma da criança de que fala o salmista e que caracteriza os filhos de Deus.

A criança amamentada adormece, descansa e acalma-se. Está pronta para brincar, alegrar-se e celebrar. Mesmo o brinquedo mais simples, uma folha de papel ou as próprias mãos lhe bastam. Mas com fome, nada basta, nem mesmo o mais sofisticado brinquedo, o mais bem elaborado passatempo. Porque a criança importa-se com o que mais importa. Adultos é que fingem, aceitam ficar com fome em troca de um belo brinquedo. Precisamos aprender a sentir falta do que realmente faz falta. Precisamos voltar a sentir fome, pois a fome que não se sente, mata. Precisamos mais de Deus, de Seu amor, de Seu colo. Precisamos de Seus propósitos presentes em nossa vida e da Graça de Jesus. Precisamos seguir os passos do Mestre. Precisamos dos ternos braços do Espírito Santo. Precisamos renascer e ganhar do Pai Celeste a alma de criança que nos permitirá viver como verdadeiros adultos.

 

ucs

 

 

 

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