A hanseníase é uma das mais antigas enfermidades que se tem registro na história humana e ainda hoje representa um problema de saúde pública no Brasil. O diagnóstico, tratamento e a cura dependem de exames clínicos minuciosos e, principalmente, da capacitação do médico.
A Secretaria Municipal de Saúde realizou nesta sexta-feira (25) o 1° Ciclo de Educação Permanente do ano de 2019, como parte das metas da adesão ao Janeiro Roxo, campanha que promove ações de conscientização sobre a Hanseníase.
O objetivo, segundo Ravenna Dantas (Coordenadora da Atenção Básica), foi “preparar o município para o enfrentamento da doença e a garantia dos cuidados necessários aos alcobacenses, capacitando os profissionais da rede básica de saúde do município para atuar na prevenção, diagnóstico precoce e tratamento da doença”, disse.
Essa primeira ação contou com a participação de vários profissionais da área de saúde, dentre os quais, Dr. Erison Paiva (médico do município e referência em hanseniase), Daniela Camargo (fisioterapeuta), Elky Lisia (Coordenadora da Vigilância Epidemiológica), Edilene Almeida ( psicóloga), Bruno Santos (ator que realizou uma dramaturgia e encenação sobre a doença).
O Secretário de Saúde de Alcobaça, Robson Mattos, adverte para os cuidados à hanseníase. “O mais importante é a prevenção e a descoberta da doença no início, porque o mais grave é não cuidar ou cuidar quando já estiver bastante avançada, o que pode causar deformidades e incapacidades físicas. O tratamento é gratuito e oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e os pacientes podem se tratar em casa, com supervisão periódica nas unidades básicas de saúde”, explicou.
A DOENÇA – Os sinais da hanseníase são manchas claras, róseas ou avermelhadas no corpo, geralmente com diminuição ou ausência de sensibilidade ao calor, frio ou ao tato. Também podem ocorrer caroços na pele, dormências, diminuição de força e inchaços nas mãos e nos pés, formigamentos ou sensação de choque nos braços e nas pernas, entupimento nasal e problemas nos olhos.
Doença tropical negligenciada, infectocontagiosa de evolução crônica, se manifesta principalmente por meio de lesões na pele e sintomas neurológicos como dormências e diminuição de força nas mãos e nos pés. É transmitida por um bacilo por meio do contato próximo e prolongado entre as pessoas.
A TRANSMISSÃO – A hanseníase pode ser transmitida pela respiração e a partir do contato com pacientes ainda não tratados. Em tese, todas as pessoas estão expostas, no entanto, a maioria delas possui uma resistência natural e não adoece, mesmo quando entram em contato com o bacilo. Os grupos de maior risco são familiares e pessoas próximas de pacientes. Dessa forma, como parte das ações de controle, todos os indivíduos que mantêm contatos próximos com os pacientes devem ser examinados visando ao diagnóstico precoce.
A CAMPANHA – Conhecido como Janeiro Roxo, a iniciativa busca melhorar o controle da doença por meio da disseminação de informações especializadas e conscientização da população sobre sua gravidade, bem como a necessidade de diagnóstico e tratamento precoces, contribuindo para a redução do preconceito acerca da doença. Todos os anos, no mês de janeiro, são realizadas ações de conscientização sobre a hanseníase. O Dia Nacional de Combate e Prevenção aconteceu no último domingo do mês.
ALERTA – O Brasil vem se mantendo em segundo lugar entre todos os países do mundo no número de casos novos de hanseníase diagnosticados anualmente, sendo superado apenas pela Índia. A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que, em 2017, 150 países contabilizaram 210.671 novos casos da doença (2,8 casos a cada 100 mil habitantes). No Brasil, no mesmo ano, foram detectados 26.875 casos novos (12,9 casos a cada 100 mil habitantes). Os estados do Mato Grosso, Tocantins, Maranhão, Pará e Piauí são os que apresentam os maiores índices de casos da doença.