Após 21 dias de greve, categoria decidiu encerrar movimento na segunda.
Apenas funcionários do Banco do Nordeste mantêm paralisação no estado.
As agências bancárias de Salvador retornaram ao atendimento na manhã desta terça-feira (27), após 21 dias de greve dos funcionários. Bancários de instituições financeiras públicas e privadas decidiram, na segunda (26), terminar a paralisação nacional, que atingiu 24 estados e o Distrito Federal. Na Bahia, apenas os trabalhadores do Banco do Nordeste decidiram continuar a greve.
O retorno aos trabalhos foi decidido em assembleia ocorrida na noite de segunda, no Ginásio de Esporte da categoria, na Ladeira dos Aflitos, em Salvador. De acordo com Geraldo Galindo, diretor do sindicato do Banco do Nordeste na Bahia (BNB), os trabalhadores seguem a mesma decisão dos bancários do Ceará, estado que concentra a maior base da instituição financeira do BNB no país. “Temos questões peculiares históricas relacionadas a plano de saúde, plano de previdência e plano de cargos e remunerações”, resume.
Greve
Durante o período em que os trabalhadores paralisaram as atividades, mais de 12 mil das 22.975 agências instaladas em todo o Brasil chegaram a fechar as portas. Na Bahia, mais de mil unidades suspenderam o expediente.
O fim da greve foi uma recomendação do Comando Nacional dos Bancários, que sugeriu que a categoria aprovasse a proposta de reajuste salarial apresentada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).
O órgão, após várias negociações, ofereceu reajuste de 10% nos salários e benefícios, com ganho real de 0,11%, e de 14% no vales refeição e alimentação. A proposta foi apresentada na última rodada de negociações, no dia 23.
Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), os bancos aceitaram também abonar 63% das horas dos trabalhadores de 6 horas, de um total de 84 horas, e 72% para os trabalhadores de 8 horas, de um total de 112 horas. Assim, após a volta ao trabalho, os bancários irão compensar, no máximo, uma hora por dia útil, até o dia 15 de dezembro.
Inicialmente, os bancos ofereceram um reajuste de 5,5%, enquanto os bancários reinvindicavam uma correção de 16% nos salários. Depois, os bancos fizeram nova proposta de reajuste de 8,75%, mas também foi rejeitada pelos trabalhadores.
Greves em 2013 e em 2014
No ano passado, os bancários fizeram uma greve entre 30 de setembro e 06 de outubro. Os trabalhadores pediam em reivindicação inicial reajuste salarial de 12,5%, além de piso salarial de R$ 2.979,25, PLR de três salários mais parcela adicional de R$ 6.247 e 14º salário.
A categoria também pedia aumento nos valores de benefícios como vale-refeição, auxílio-creche, gratificação de caixa, entre outros. A greve foi encerrada após proposta da Fenaban de reajuste de 8,5% nos salários e demais verbas salariais, de 9% nos pisos e 12,2% no vale-refeição.
Em 2013, os trabalhadores do setor promoveram uma greve de 23 dias, que foi encerrada após os bancos oferecerem reajuste de 8%, com ganho real de 1,82%. A duração da greve na época fez a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) pedir um acordo para o fim da paralisação, temendo perdas de até 30% nas vendas do varejo do início de outubro.
G1