Acompanhei perícias trabalhistas e depoimentos de trabalhadores que voltavam de licenças médicas por problemas de saúde mental. Ao retornarem, sentiam a sutil diferença no ambiente. A vida seguia adiante, com milhares de pequenos acontecimentos por minuto, sem eles. De cabeça baixa, respirando fundo, pois a doença mental é estigmatizada e há preconceito. Ficaram afastados por cinco semanas enquanto seus colegas seguravam as pontas: seria errado dizer a eles que não tinha sido nada sério.
Mas o medo dominava, pois trabalhavam duro e valorizavam ser considerados confiáveis e respeitáveis. Agora que essa parte de suas vidas tinha sido comprometida, sentiam vergonha. A confiança da empresa não era mais a mesma e muitos eram demitidos após poucos meses do retorno, com o término da estabilidade.