Ações de preservação do bioma Caatinga recebem investimentos de mais de R$ 2 milhões do Governo do Estado

Ações de preservação do bioma Caatinga recebem investimentos de mais de R$ 2 milhões do Governo do Estado
Ações de preservação do bioma Caatinga recebem investimentos de mais de R$ 2 milhões do Governo do Estado. Foto: Ascom

A preservação do bioma Caatinga é uma das prioridades do Governo do Estado. Por meio do projeto Pró-Semiárido, estão sendo investidos mais de R$2 milhões em ações junto a comunidades tradicionais de fundo de pasto de 13 municípios do semiárido baiano. A ideia é implementar atividades e tecnologias que assegurem o uso racional da água, da biomassa e da energia gerada a partir da lenha de mata nativa e, com isso, além de preservar a Caatinga, assegurar que as famílias agricultoras acessem renda sem prejudicar o meio ambiente.

“Estamos introduzindo ações para que as famílias possam gerar renda além da pecuária, utilizando a Caatinga em pé como é o caso da apicultura e da meliponicultora. Então, este trabalho de recaatingamento é muito interessante e nos remete à preservação e recuperação de um bioma muito importante e de uma riqueza muito grande”, explica o subcoordenador do Capital Produtivo e de Mercados do Pró-Semiárido, Carlos Henrique Ramos.

Além das atividades de formação dos agricultores sobre o uso da Caatinga, estão sendo separadas e cercadas 20 áreas de 50 hectares cada, para recuperação da mata nativa e introdução de mudas de espécies em extinção. Outra ação importante está relacionada ao conjunto de tecnologias que estão sendo implantadas nas comunidades rurais. A ação é executada em parceria com o Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa).

Carlos Henrique ressalta que o Pró-Semiárido tem o compromisso de atuar nas mudanças climáticas, tornar mais resilientes os agroecossistemas com o trabalho do recaatingamento, no sentido de incorporar tecnologias que possam ajudar na energia, por exemplo, como biodigestores, fogões ecológicos, placas de energia solar. Ele destaca também a atuação com a gestão da água, a exemplo do sistema de reuso de água cinza e de resíduos totais. “Além disso, nós temos também a introdução de viveiros para que possamos reproduzir mudas para enriquecimento das propriedades e agroecossitemas com plantas nativas, no sentido também da geração de renda futura”, afirma.

Dentro do recaatingamento, está prevista a construção de, pelo menos, 270 fogões ecológicos. Destes, seis já foram instalados no município de Remanso e estão fazendo a diferença na vida das famílias, como salienta a agricultora Finelina Sousa Pereira, moradora da comunidade Lagoa do Garrote: “a minha vida mudou muito, está ótimo. Com a construção do fogão não tem fumaça e diminuí a quantidade de lenha”.

O técnico do Irpaa, Alan Duque, que faz o acompanhamento das famílias, com a construção do fogão, destaca a importância da iniciativa: “A construção desta tecnologia, tão importante, possibilita a melhoria na qualidade de vida das famílias do território, além de ser uma ação de preservação do meio ambiente.

O fogão vem como uma tecnologia para melhorar a qualidade de vida, principalmente das mulheres que estão lidando com o fogão no dia a dia. Além disso, há o relato das próprias famílias sobre o uso de pouca lenha. Então, há um impacto na Caatinga, não só pela diminuição da retirada de lenha, mas também da emissão de gases”, explica o técnico em desenvolvimento produtivo e mercados do Pró-Semiárido, Emanoel Amarante.

Uma outra tecnologia que já está implantada em algumas comunidades e tem assegurado que as famílias tenham condição de manter seus quintais e fazer a melhor gestão da água é a bioágua – um sistema de reúso de águas cinzas (águas utilizadas nas pias da cozinha e banheiro e do chuveiro). A agricultora Soliane Missarele Castro Silva, da comunidade Deodato, município de Casa Nova, conta como a tecnologia mudou a vida da sua família. “O bioágua foi muito importante, pois aqui não tem muita água e eu estou tendo um grande reaproveitamento. Com o bioágua eu irrigo as minhas fruteiras, mandioca e as palmas. E o que mudou com isso é porque a gente não está mais comprando as frutas cheias de agrotóxico e eu retiro diretamente da minha horta tudo diretamente pra casa por isso eu estou tendo um grande reaproveito”.

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