Eleita para a cadeira 17 da Academia Brasileira de Letras Fernanda Montenegro tomou posse na nova função na noite de sexta-feira, 25 de março, aos 92 anos. Enfatizou a relevância das artes cênicas para a cultura e combinou citações de filósofos e dramaturgos.
“Sou atriz. Venho dessa mística arte arcaica eterna que é o teatro. Sou a primeira representante da arte brasileira, do palco brasileiro, a ser recebida nessa academia. A raiz desta arte está na complexidade de só existir através do corpo e da alma de um ator ou de uma atriz, ao trazer a literatura dramática para a verticalidade cênica”, disse a agora imortal.
Durante o discurso, narrou episódios anteriores, nos quais, em diversos encontros, fora instada pelo antecessor na cadeira 17, Affonso Arinos de Melo Franco, a escrever um livro e entrar para a ABL.
É maravilhoso conhecer um escritor pelos livros que nós gostamos. A busca por um padrão de pensamento, através do imaginário dele. Acredito que escrever apenas um livro não cria um parâmetro, como Fernanda Montenegro. A (ABL) é uma instituição cultural inaugurada em 20 de julho de 1897 e sediada no Rio de Janeiro, cujo objetivo é o cultivo da língua e da literatura nacional. Compõe-se a ABL de 40 membros. Tem por objetivo cultivo da língua portuguesa e da literatura portuguesa.
É-lhe reconhecido o mérito por esforços históricos em prol da unificação do idioma do português brasileiro e do português europeu. E o “polêmico” “polêmico” Acordo Ortográfico de 1990. Não sou contra a mudança de rumo da Academia, ser um imortal no passado de Machado de Assis, quando a arte principal era a literária, já que não existia televisão ou Internet não é como hoje com Fernanda Montenegro, que tem sua vida inteiramente mais brilhante no teatro e televisão. Então, embora a ABL se refugie na literatura entre as páginas protetoras dos livros não pode, ainda que por lampejos, evitar o sentimento de culpa ao incluir artistas de outras artes no seu quadro, abstrair do seu universo a exclusividade da literatura. Sempre sinto um grande apaziguamento ao ler um livro, já que no livro o escritor é solitário na expressão da sua arte e no teatro existem vários artistas em cena.