“Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Romanos 12.2)
A vida cristã é viver envolvido permanente e perseverantemente na presença de Deus e assim aprender a adorá-lo por vontade própria, com nossa oferta voluntária a Ele. Não de alguma coisa, não de algum bem ou valor, mas de nós mesmos. Por meio da obediência. A vida religiosa acabou forjando em nós uma ideia errada a respeito da obediência a Deus, que nos parece um peso, um sacrifício. Como se a vontade de Deus fosse algo oposto ao que pudesse nos trazer alegria e celebração. Mas essa ideia está errada. A vontade de Deus é boa, é agradável e perfeita. É boa porque sempre leva a um fim bom, que nos trará felicidade. Li recentemente uma poesia que dizia que a alegria é um passado que só pousa onde quer. Pois bem, o pássaro da alegria sempre pousa no lugar onde a vontade de Deus é feita. Não é sem razão que a alegria é uma das características do fruto do Espírito, da presença de Deus (Gl 5.22).
A vontade de Deus não somente é boa, é também agradável. Ela é como um lugar bem cuidado, um alimento bem preparado. Ela é como deveria ser para nos fazer bem e nos dar significado. Ela é agradável porque nela há dignidade e honra, há ética. Ética de um tipo cheio de vida, não daquele tipo dos legalistas, que resseca o ânimo e só oferece flores de plástico. Não, ela é cheia de vida e vigor. Como escreveu o salmista, “A lei do Senhor é perfeita, e revigora a alma. Os testemunhos do Senhor são dignos de confiança, e tornam sábios os inexperientes. Os preceitos do Senhor são justos, e dão alegria ao coração. Os mandamentos do Senhor são límpidos, e trazem luz aos olhos. O temor do Senhor é puro, e dura para sempre. As ordenanças do Senhor são verdadeiras, são todas elas justas. São mais desejáveis do que o ouro, do que muito ouro puro; são mais doces do que o mel, do que as gotas do favo.” (Sl 19.7-10).
Às vezes sempre colocamos um peso sobre as coisas de Deus, mas Jesus nos disse que seu jugo é suave e seu fardo é leve (Mt 11.30). Lidamos com o Seu querer como se fosse uma prisão, mas Jesus nos falou de liberdade (Jo 8.32). Há quem pense que viver segundo a vontade de Deus significa viver pela metade, mas Jesus nos falou sobre vida plena (Jo 10.10). A vontade de Deus é perfeita. É completa e completamente adequada a cada um de nós. Ela é apropriada para mim, com minha história, contexto e desafios pessoais. Assim como para você. Deus sabe o que quer para nós e porque quer. Ele não se equivoca e não quer para nós o que para nós não seria o melhor querer. Podemos e devemos experimentar e comprovar tudo isso sobre a vontade de Deus. E ela nos fará melhores para nós mesmos e para os outros. E mais felizes!