“Quando a ansiedade já me dominava no íntimo, o teu consolo trouxe alívio à minha alma.” (Salmos 94.19)
Há algo intrigante em relação à nossa alma: como um ser independente de nós, podemos pensar sobre ela e conversar com ela. Vemos os salmistas fazendo isso muitas vezes. Sua alma lhe diz coisas e ele diz coisas a ela. Ele a questiona, ela se abate, ele pede socorro a Deus. Lidar com a alma, lidar com nosso próprio ser exige coragem, promove saúde e nos convida à fé. Não há nada tão especial quanto reunir a alma e Deus na mesma conversa e fazer disso uma prática diária.
Nossa alma é frágil e pode ser dominada. Preocupações, dúvidas e ansiedades são exemplos de inimigos que podem subjuga-la, dominando-nos de dentro para fora. Sem Deus, quase tudo que podemos fazer é nos esforçar de fora para dentro, numa abordagem mais de fuga que de enfrentamento e solução. Mas quando reunimos Deus e nossa alma numa conversa, encontramos saídas e descanso. A cura vem de cima para dentro e se revela de dentro para fora!
Mas nossas experiências de conversa com Deus e com nossa alma não devem depender de apertos e angustias. A beleza da vida está em caminharmos mais rotineiramente para dentro e para cima. O silêncio e a quietude devem fazer parte de nossas buscas, como um espaço apropriado para nossa devoção e confissão. Isso sempre nos livrará da ansiedade? É bem possível. Mas, sobretudo, nos livrará de ir na direção errada, de tentar cuidar da alma com coisas, pois sua satisfação e vida exigem nada menos que Seu Criador: Deus.