“As que caíram entre espinhos são os que ouvem, mas, ao seguirem seu caminho, são sufocados pelas preocupações, pelas riquezas e pelos prazeres desta vida, e não amadurecem.” (Lucas 8.14)
Não há dúvida: ser feliz é muito importante. E todos desejamos isso. Realmente não entendo porque há cristãos que afirmam que a felicidade pessoal não interessa ao Evangelho, que ser feliz não é algo importante para alguém que abraça o seguimento a Cristo! Jesus disse que veio nos trazer vida plena (Jo 10.10) e não consigo entender o que Ele disse sem que isso envolva a minha felicidade. As Escrituras afirmam que Deus nos ama e ama tanto que nos enviou Jesus (Jo 3.16). Qual o sentido de sermos amados por alguém que não se interessa por nossa felicidade? Será que alguém que tem amor não tenha interesse na felicidade do ser amado? É claro que tem. A questão é outra. A questão é: o que acreditamos ser a felicidade e como acreditamos que seremos felizes? Certamente que Deus tem ideias diferentes das nossas!
E isso está presente na Parábola do Semeador. Deus semeia sua palavra em nós, mas podemos desprezar essas sementes iludidas por nossas próprias ideias de felicidade. A vida por aqui envolve riscos, dores e frustrações. Para uns mais e para outros menos, e temos relativo controle sobre isso. Mas apesar do que seja indesejável, podemos procurar e lutar para sermos felizes. Deus nos convida a crer e viver em submissão. Ele nos pede para viver de determinada forma e não de outra. Somos desafiados a confiar e seguir em frente. Mas podemos nos perder em nossas preocupações, por achar que o caminho está em conquistarmos riquezas e nos dedicarmos prioritariamente a isso. Podemos nos perder tentando desfrutar ao máximo a vida, priorizando o prazer, afinal, a vida passa e é melhor arrepender-se por ter feito do que por não ter feito, com dizem alguns.
Estão aí as pessoas que são representadas pelo terreno cheio de espinhos. Veja que nessas condições nós ouvimos a palavra. Não ignoramos o fato de que Deus esteja nos propondo algo. Apenas não acreditamos tanto nele quanto acreditamos em nós mesmos. E aí nos perdemos. Estar envolvido nessa luta, precisando lidar com nossas ambições, desejos e preocupações, não é fácil. Mas é nossa responsabilidade decidir o que faremos. O caminho da fé e submissão é o mais difícil, mas é nele que amadureceremos e descobriremos que a vida não é bem aquilo que nossas preocupações e desejos afirmam. Se tivermos a sabedoria de confiar mais em Deus, confirmaremos que a vontade de Deus é boa, perfeita e agradável (Rm 12.2). Há muito mais para nós no amor e graça de Deus do que em nossos próprios esforços. Sem Deus é inútil tentar edificar a vida e torna-la satisfatória (Sl 127.1-2). Que tenhamos sabedoria para crer nisso. Que creiamos nisso para sermos sábios.