Hamilton Farias de Lima, professor universitário.
“Não devemos pautar nossas ações buscando aprovação dos insensatos, pois isto seria uma prova de nossa insensatez”, Sócrates (século IV a.C).
É possível argumentar-se, dentre hipóteses outras, que a conduta irresponsável de muitos – contrariando os protocolos da ciência e de conduta recomendados, são frutos da falta do saber, de uma malograda educação, onde o conhecimento adquirido é insuficiente para uma análise crítica do que vem ocorrendo. Eis, em consequência, a proliferação das “maria vai com as outras”, figuras influenciáveis que a mídia vem retratando, no persistir cotidiano de suas irrefletidas ações, em conflito com as regras sanitárias para si, familiares e a sociedade a que pertence.
È a prática do senso comum utilizado como a escolha daqueles que se escudam nos apelos insensatos e oportunistas de outros, expondo-se a momentos nefastos da realidade, a explicar parte do que vem ocorrendo no Brasil. Assim, em oposição e contrariando o bom senso – e este tem fundamentos de ciência-, aventuram-se em práticas negativistas que fazem crescer a crise sanitária instalada nos quadrantes nacionais.
É um quadro mais que triste, beirando o absurdo, configurando a insensatez fantasiada de entretenimento que se vê em eventos sociais os mais diversos, espaços para alegres momentos que aglomeram pessoas e se transformam em meios apropriados para a disseminação indesejável.
Há pouco mais de um ano, a mídia diariamente apresenta quadros de uma guerra que se alastra, destruidora e incansável. São milhões que buscaram hospitais, clínicas ou estabelecimentos de saúde, que se veem frente às limitações do sistema e se defrontam com a esperança barrada por não ter a guarida necessária ao tratamento indispensável à manutenção da própria vida, dos avós, dos pais e demais familiares.
Ora, se é da natureza humana o desejo por liberdade, bem-estar, autossatisfação, lazer ou entretenimento, é saudável e lógico refletir sobre as condições negativas que foram impostas à sociedade brasileira e mundial – à semelhança de um apocalipse-, mais que figurativamente uma crise que se anuncia e se alastra, por conta da indomável virose!
Em paralelo, instala-se a dicotomia saúde versus economia; como fazer a economia prosseguir, produzir, prosperar, manter empregos e gerar meios para os combates e enfrentamentos à pandemia?
Aos insensatos cabe repensar suas posições e trazer um mínimo de contribuição às batalhas que, ainda, não se sabe quantas serão. A vida e a alegria de viver vão além de uma “balada,“paredão”, weekend festivo ou formas outras de entretenimento não recomendadas.
Reflitam, pois, e cumpram o dever que lhes cabe no plano da cidadania!