Por vezes, em diálogos coloquiais, ocorre refletir sobre questões como aquelas a envolver a evolução do ser que, sabidamente, estão muito além da (in)compreensão de muitos ou poucos , inclusive deste modesto escrevinhador, pois requerem mais que experiência do viver, por mais vida longa percorrida, porque são temas alinhados à filosofia e terreno próprio daqueles que a interpretam e por ela se deixam seduzir na busca da verdade.
Como existem, naturalmente, mais perguntas que respostas, sondar o que envolve o homem, o porquê de sua existência e destino, constitui exercício exclusivo dos seres da espécie Homo sapiens que, ora apoiados na experiência, ciência, filosofia ou na crença, expõem seus entendimentos sobre o mundo que lhes cerca.
A experiência de cada um proclama que o ontem era muitíssimo diferente do hoje, bastando assinalar as novas tecnologias em uso na atualidade, a exemplo das comunicações com a internet, que transformaram o mundo em uma aldeia global,o uso de aparelhos que facilitam o bem-estar e a comunicação via satélite,e, ademais, com recursos tecnológicos jamais previstos. O que dizer dos avanços das ciências médicas: novos procedimentos cirúrgicos (transplantes), reprodução in vitro, decodificação do código genético, novas substancias para o combate às doenças, vacinas, utilização de células – tronco e outros?
No Brasil, é relevante assinalar os resultados da pesquisa em campos diversos do saber, com resultados em ganhos de qualidade de vida, de status social e poder econômico como o bem representam os níveis de produção e produtividade do setor agropecuário ou da engenharia do petróleo, exemplos de ações promovidas com base no conhecimento científico que projeta, junto a outras atividades nacionais, a posição do País entre as principais potencias da Terra.
Compreender o progresso brasileiro é verificar os porquês de suas mudanças, quando até próximo ao final do século passado (século XX) discutia-se a incapacidade nacional, o complexo de vira-lata, a submissão a bancos internacionais, o analfabetismo, a corrupção nos meios políticos, e, até, alinhamento a potencias outras a qualquer custo.
Os avanços dos meios de comunicação não surgiram do nada, são frutos de estudos e investigações, como aqueles da engenharia tecnológica, da medicina, da agropecuária e de outros campos das ciências à custa de estudos e pesquisas, em diversas instituições do Brasil e do mundo.
Em tudo, a vontade de enfrentar desafios num contexto em que a educação ocupa espaço privilegiado, propiciando formação e instrumentos básicos: laboratórios, estímulos acadêmicos e financiamentos; situação igualmente propiciada por instituições dedicadas senão ao ensino, porém à ciência e à tecnologia, e sua correspondente aplicabilidade.
E, no plano não material, que registros – em igual período de análise – têm-se observado, de forma a se poder afirmar a coexistência de avanços e mudanças paralelos nos planos material e espiritual?
A evolução espiritual, inegavelmente, parte jamais dissociada da complexidade humana, não tem acompanhado outros componentes da sociedade dos tempos atuais, vez que, enquanto os avanços científicos estão presentes e demonstrados, a sensibilidade fraternal, o olhar para o próximo, o respeito a deveres e direitos, a preservação ambiental e o desapego a bens materiais, não parecem disponíveis na ordem do dia.
Qual o papel da educação para superar os óbices apresentados e propiciar a evolução integral do homem, ser físico e espiritual?
Mesmo não se apontando aqui, no todo ou em parte, os meios indispensáveis à evolução espiritual – exclusivamente pela indigência intelectual do autor – não há dúvidas que a ausência da escola explica, em parte, o quanto é indispensável a contribuição do conhecimento formal, organizado e sistematizado, no caso. Sabe-se, com segurança mediana, que dificilmente recorre à leitura aquele que não se instruiu devidamente, e permaneceu à margem da escola e do conhecimento, quando estes poderiam facilitar sua compreensão e domínio do saber, elevando assim seus níveis de espiritualidade.
Criando Deus o mundo (Gênesis, 1:27-28), e o homem a sua imagem, determinou que este frutificasse e se multiplicasse, dominando os seres e a terra, reafirmando a inevitável evolução que, desde os princípios dos tempos, vem ocorrendo e a humanidade acompanha, mas , por vezes, não a interpretando adequadamente.
A inexorabilidade evolutiva, compreendida como dádiva do Senhor, requer ações complementares e diuturnas do homem a quem se destinou o domínio sobre a terra, principalmente na sua formação intelectual como parte do plano irrecorrível estabelecido pelo Ser Superior, até porque desde milhões de anos o homem primervo abandonou a caverna e se instalou em comunidades, como ser espiritual e não apenas de expressão somática.
Não há porque temer a evolução e sua inexorabilidade, ela e o homem são componentes indissociados de uma realidade global e melhor será compreendida na justa razão da transformação intelectual do homem, único ser pensante que encontra na escola a oportunidade de subir a escada que leva ao plano desejável da espiritualidade, caminho e meta a que todos têm direito e que podem, pela compreensão, dedicação e estudo, alcançar.