Quando eu era pequena, uma das perguntas que mais ouvia era: o que você quer ser quando crescer? E minhas respostas variavam, desde bailarina até jornalista ou presidente do Brasil. Por ora minha inocência também permitia responder que gostaria de ser “grande”. A parte do grande eu até consegui, mas os outros sonhos baseados na fantasia e na magia da infância deram lugar a opções mais objetivas e porque não, adultas.
Mas uma questão fundamental é sobre essa tal hora de crescer. Seria no começo da adolescência ou no final? Na hora de prestar vestibular? Não há um consenso sobre isto. Porém, mesmo que a contragosto, a vida nos força a entrar no mundo adulto, já que no vestibular escolhemos a carreira que possivelmente vai ser desenvolvida pelo resto da vida, a carteira de habilitação confere independência, o trabalho requer responsabilidade e assim por diante.
Outro ponto é que não existe uma cartilha para ser bem sucedido nessa nova realidade, não há uma preparação e todos os conselhos recebidos se tornam vagos e escassos. Somos lançados no meio dos ‘adultos’ e tudo passa a ser diferente, todas as atitudes são julgadas, os erros já não são relevados e por conseqüência, a cobrança se torna muito maior. Porém há o lado bom, as opiniões que antes eram tidas como infantis passam a importar e ser ponderadas.
Sei que não é fácil, mas o crescimento é gradativo, ninguém acorda maduro ou preparado. São as escolhas que fazemos ao longo do caminho, as precauções que tomamos e a mão de Deus nos guiando que nos fazem as melhores pessoas que poderíamos ser. E é muito possível conciliar as ambições infantis com os projetos da maturidade, assim teremos um mundo menos complicado e com muitos ‘grandes’ por ai.