“Mas, pela graça de Deus, sou o que sou, e sua graça para comigo não foi em vão; antes, trabalhei mais do que todos eles; contudo, não eu, mas a graça de Deus comigo.” (1 Coríntios 15.10)
Superando a própria biografia, Paulo tornou-se apóstolo. E entre os apóstolos, um que alcançou grande destaque. Tudo isso ele atribuiu à graça. Não fosse a graça, nem mesmo poderia ser chamado apóstolo. Seu codinome seria perseguidor da igreja de Deus. Mas a graça o fez porta-voz da igreja, arauto do Reino. Em sua própria linguagem, embaixador de Cristo (1 Co 5.20).
A graça já alcançou você? Quem é você, como resultado, como fruto da graça? Sua vida tem superado as limitações e impossibilidades que sua biografia tenta impor?
Não me refiro a ganhar dinheiro. Não me refiro a ter nascido pobre e vir a ser rico, a ter nascido de pais iletrados e chegar a um pós-doutorado. Há pessoas que nada têm a ver com a graça de que alcançam esses feitos e muito mais. Refiro-me à transformação de sua vida de um jeito que nos leva a viver como filhos amados de Deus. Refiro a estar se tornando alguém que ama e serve. Refiro-me não a poder, mas ao amor. Não a ter, conquistar, tornar-se grande, mas a ser, a amar e a tornar-se servo. Quem é você e quem sou eu sob a ótica do Reino de Deus, em que a graça redefine tudo?
A graça não é estéril, não é infrutífera. A graça produz resultados, gera frutos. A graça faz história! A graça não fica retida nos recantos da alma. Ela não se limita aos espaços seguros da intimidade humana. Ela sai às ruas. Ela se revela em palavras, em gestos, em esforços praticados, em serviços prestados, em recursos aplicados, em generosidade e aventuras próprias de sua natureza. Ela nos leva a atravessar a rua, a descer ao andar de baixo, a interessar-se pelo vizinho. Ela vai ao encontro do que dela precisa.
Onde a graça vai, leva junto aqueles que alcançou e vice-versa. Pela graça, Paulo trabalhou, e muito. Não é do feitio da graça dar trabalho, mas trabalhar. Ser problema, mas solucionar problemas. A graça já lhe alcançou? Quem é você, por causa da graça?