“Registro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão:” (Mateus 1.1)
Assim inicia-se o Evangelho de Mateus. Com um verso que, para fazer sentido e nos edificar precisa de outros. Ele é o primeiro de um conjunto de 1.071 versos, aproximadamente. Os 16 primeiros vão citar nomes, numa lista organizada para apresentar os ancestrais de Jesus, de acordo com a família de José. E nessa lista todas as pessoas citadas são pecadoras e aparecem alguns nomes bastante interessantes. Podemos dizer que todas elas tiveram registrado na história algo revelador sobre suas histórias. Basta ler a Bíblia Hebraica, o Antigo Testamento. Os fatos estão lá e denunciam que se tratavam de seres humanos falhos, pecadores. E alguns desses seres humanos, que lá estão, seus nomes aparecem e não parecem muito adequados para compor a genealogia de um Messias. O Evangelho propõe-se a apresentar o Messias de forma que seus leitores se convençam de que, aquele de quem fala, é de fato o Messias. E o Messias de Mateus não vem de uma família perfeita!
O primeiro nome que diria ser um dos improváveis é o de Raabe. Ela foi uma prostituta que viveu em Jericó, a primeira cidade conquistada por Josué ao entrar na terra prometida. Ela teve um filho, Boaz, que casou-se com uma moabita e, embora tivesse outras mulheres e filhos, foi na linhagem do filho dele com a estrangeira que o Messias se encaixou. O filho de Rute e Boaz chamava-se Jessé, que veio ser o pai de Davi, o grande rei da história de Israel. Já temos uma prostituta e uma estrangeira na genealogia do Messias! Davi foi um pastor de ovelhas que chegou a ser rei. Mas, com se sabe, abusou do poder que tinha. Ele adulterou com a mulher de Urias, um de seus soldados, e ela engravidou. Seu nome era Bate-Seba. Para resolver o problema, Davi tramou e assassinou Urias, e depois casou-se com Bate-Seba. Mas a criança que nasceu dessa relação acabou morrendo. Todavia eles tiveram outro filho: Salomão. Ele veio a ser o rei mais rico e sábio de Israel. E a história segue até José, que casa-se com Maria, a jovem que recebeu a dádiva de ser a mãe de Jesus, o Messias. Essa é a genealogia apresentada por Mateus. O que ela nos ensina?
Nascemos, vivemos e morreremos. Todos vamos passar. Essa já é uma grande lição. As vezes vivemos como se fossemos eternos. A vida passa rápido, a verdade é que um dia seremos esquecidos. A história de todos nós terá também falhas e fraquezas. Elas não precisam nos definir. Deus nos ama e somos preciosos a Seus olhos. Podemos fazer parte de Seus planos e servir a seus propósitos, sendo quem somos! Essa genealogia anuncia a graça e nos convida a confiar na misericórdia de Deus. Ele ama pecadores. Ainda que nossa história tenha marcas lamentáveis e a despeito de imperfeições ou problemas, pela graça de Deus, há muitas possibilidades. Como diz um amigo, com Deus, pau que nasce torto não morre torto: vira arte! Arte aos olhos de Deus! E não uma que precise da aprovação crítica das pessoas. Deus sabe lidar com nossas imperfeições. Ele sempre lidou com pecadores pois não há outro tipo de gente no mundo. Ele sabe lidar conosco. Por isso, creia. Receba o amor de Deus e veja o que Deus fará.