A fé e os riscos

“Como prisioneiro no Senhor, rogo-lhes que vivam de maneira digna da vocação que receberam.” (Efésios 4.1)

Ontem ressaltamos a responsabilidade que nos cabe como cristãos e que Paulo nos pede com veemência (“rogo-lhes”) para assumirmos. Ele sabe o quanto é fundamental o nível de nosso comprometimento com a fé que professamos, com o chamado que recebemos em Cristo. Mas ele sabe também os riscos que fé pode envolver. Este é um aspecto sobre o qual não gostamos de pensar. Achamos admirável aqueles que sofrem por sua fé, mas queremos evitar a todo custo a mesma experiência. O que esperamos é ser premiados pela nossa fé: proteção, realização de sonhos, boa saúde, vida calma e muita felicidade (e dinheiro!).

Paulo convoca os cristãos de Éfeso para que assumam suas responsabilidades tendo ele próprio feito isso e agora sendo um prisioneiro, por causa de sua fé. Ele não está dando uma receita de como ser um cristão que prospera, não está ensinando a fórmula da “oração eficaz” ou sobre “como derrubar gigantes”. Ele não tem em mente “a fé que triunfa”, mas “a fé que nos transforma”. Seu foco é a honra a Deus e o dever de manifestar a multiforme sabedoria de Deus. Sua busca é o fortalecimento interior pelo Espírito Santo, a comunhão de fé pela presença de Cristo e o estar enraizado e fundamentado em amor. Em suma, ser uma expressão da presença de Deus, um sinal do Reino de Deus. Embora isso envolva riscos.

Num mundo contrário a Deus, andar com Deus envolverá riscos. Inclusive facilidades e aplausos, quando ocorrem, colocam a fé em risco de sufocar pela vaidade. A tranquilidade e o bem estar podem alimentar a falta de zelo espiritual. Por outro lado, lutas e dores podem nos levar à decepção com Deus, se nossa fé se confundiu em algum momento do caminho. Paulo foi preso e morreu por usa fé. Há irmãos ao redor do mundo enfrentando o mesmo. Não estamos diante de situações assim, mas a fé e o risco andam juntos. Por ela podemos correr riscos e ela sempre correrá riscos. Devemos estar atentos, saber viver cada circunstância e viver na dependência de Deus. Quando nossa fé e vida forem provadas, seja pela tempestade ou pela bonança, que estejamos prontos, sejamos zelosos e honremos a Deus.

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