“Antes, santifiquem Cristo como Senhor no coração. Estejam sempre preparados para responder a qualquer que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês.” (1 Pedro 3.15)
Santificar a Cristo como Senhor no coração significa viver de maneira que quem convive conosco perceba em nós o mesmo Espírito de Cristo, os mesmos princípios de vida.
Acostumamo-nos com um cristianismo caracterizado por afirmações teológicas, por certezas e juízos: certo-errado, bom-ruim, agrada-desagrada a Deus… mas um cristianismo empobrecido do amor que tanto marcou o ensino e ações de Jesus. E marcou tanto ao ponto de João, o discípulo amado, compreender: Deus é amor! (1 Jo 4.8).
Às vezes percebo que nos ocupamos mais de zelar pela liturgia que nos agrada do que temos disposição para amar o próximo. Achamos que o culto é a liturgia quando, na verdade, é a maneira como nos relacionamos com ele.
A liturgia da adoração cristã acontece na vida, nos relacionamentos! Há tanto tempo coamos mosquitos e engolimos camelos (Mt 23.23-24) que mosquitos nos parecem camelos e camelos nos parecem mosquitos. Elaboramos formas de falar sobre Jesus, mas em muito pouco imitamos Jesus.
Santificar a Cristo em nosso coração acontece na medida em que imitamos Jesus; na medida em que o Evangelho ganha vida em nossa vida e não somente espaço em nossa memória. Amar, cuidar, respeitar, ser gracioso, ser misericordioso são marcas de que isso está acontecendo. O Evangelho em nossa vida nos fortalece de um jeito que nos leva a andar de cabeça erguida e confiantes, mas humildes e convictos de nossa indignidade. Tudo por causa do amor e graça que nos comunica.
O Espírito de Deus nos faz ouvir a voz de Jesus com mais frequência e ela sempre nos desconcerta para nos consertar. Fica muito claro que não devemos atirar pedras em pecadores, pois somos um deles (Jo 81-11). E, se entendemos bem o Evangelho, como Paulo, sabemos que somos um dos principais pecadores (1 Tm 1.15).
Sabemos que não fomos apedrejados, porque Jesus nos defendeu. Que estamos em pé (se é que estamos) pelo poder que Deus concede aos fracos (2 Co 12.10). E tudo isso nos anima e dá esperança. Olhamos com confiança para a vida por causa do amor de Deus; por sabermos que Ele jamais nos rejeitará.
Pedro acreditava que essa esperança gerava interesse! Afinal, há uma beleza nela que falta ao mundo sem a graça de Cristo. E diz o apóstolo que devemos estar prontos para esclarecer a quem se interessar.
Você tem percebido esse interesse por aí? Parece que as pessoas estão cansadas de religiosos e da religião e talvez estejam desinteressadas. Precisamos mostrar a elas que há algo mais.
As Escrituras inspiram ideias sobre uma beleza que há em Cristo e que precisa estar em nós. Paulo diz de um perfume, um bom perfume de Cristo, que deve envolver os ambientes que frequentamos.
Sejamos essa presença viva do Evangelho. Sejamos fragrâncias de Cristo. Aprenda a amar e ame mais até aprender. O amor é o segredo! Ame a Deus e às pessoas como Jesus disse que devemos fazer. Há quem diga que pregar apenas amor não basta. Mas Jesus disse que basta. E basta mesmo!