A Esperança a cada alvorecer

“A esperança tem duas filhas lindas, a indignação e a coragem; a indignação nos ensina a não aceitar as coisas como estão; a coragem, a mudá-las”, Santo Agostinho (354-430).

Os avanços da sociedade brasileira multiétnica em sua formação, desde os seus primeiros passos, a partir de componentes humanos em sua maioria de origem europeia e africana, sofreram as limitações impostas pelo jugo dos colonizadores muito mais interessados em explorar os seus recursos naturais, em nome das matrizes colonizadoras, do que estruturar uma nova nação senhora dos seus destinos. Em dúvidas, consulte-se a história!

Mesmo que supostamente “independente”– após mais de 300 anos de submissão à Coroa portuguesa -, o Brasil não apresentava unidade nacional em consequência do modelo político existente, extremamente dependente de Portugal, componente negativo e desagregador do seu crescimento e integração, como exemplificam as manifestações por autonomia que eclodiram em pontos diversos da geografia do país, ao longo dos séculos XVII e XVIII.

Final do Império e começo da República, inspirados pelos acordes da Revolução Francesa e pelos movimentos emancipacionistas ocorrentes nas Américas espanhola e inglesa, desperta o Brasil com a Proclamação da Republica às vésperas do século XX, sob a influência política e filosófica dos Iluministas com suas propostas fundamentadas em princípios de liberdade, igualdade e fraternidade .

Nos tempos seguintes e nesse diapasão, a maior nação sul-americana renasce a cada dia em sua peregrinação sócio-histórico-cultural, ao tempo que enfrenta os desafios antepostos aos seus desejos legítimos de integração territorial e desenvolvimento, bandeiras contemporâneas maiores alçadas pela sociedade brasileira nestes poucos mais de 100 anos de existência republicana.

Mesmo assim, com a esperança revivida a cada alvorecer, há que se perquerir o porquê de um país com as dimensões territoriais e abundância de riquezas tão expressivas – que o situam entre as maiores economias mundiais -, ainda patina quando o assunto é bem-estar do seu povo e o desenvolvimento integrado. Por que não há Educação e Saúde qualificadas estendidas a todos, contenção dos índices de violência, quando, ao se redor e alhures, pontificam países com elevados graus de progresso e satisfação dos seus povos e que, sequer, possuem as mencionadas potencialidades brasileiras?

Sem nenhum saudosismo, data da segunda metade dos anos de 1950 o primeiro Plano de Metas do Presidente JK que, em síntese, envolvia todos os setores da economia e que pretendia fazer 50 anos de governo em um mandato de 5 anos (1956-1961), numa proposta de planejamento integrado. Propala-se que foi um período de realizações para o País!

E, hoje, o que se tem? Quais as perspectivas para o advir político, econômico e social dos mais de 204 milhões de brasileiros, todos ansiosos por um Brasil desenvolvido, justo e democrático? Acima de tudo e por tudo, além das dificuldades, há o nobre sentimento da esperança a alvorecer em cada brasileiro que clama, de forma consciente, sua indignação e propõe corajosamente a necessidade de mudanças para o seu futuro.

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