A culpa é nossa

“Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece as minhas inquietações. Vê se em minha conduta algo que te ofende, e dirige-me pelo caminho eterno.” (Salmos 139.23-24)

“De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.” Foi o que disse Rui Barbosa. E poderíamos acrescentar: “e a descrer de que exista um Deus que nos ama e se importa”. Olhamos para a vida e questionamos Deus, quando deveríamos olhar para Deus e questionar a vida! Esperamos que Deus dê um jeito em nossas maldades, mas não permitimos que Ele dê um jeito em nós. Estamos desperdiçando a vida e desperdiçando Deus.

Esta semana uma mãe (com toda razão) postou em sua página do Face: “Deus existe???” Era sua expressão de dor por perder seu filho, um engenheiro de 29 anos que foi assassinado as 10h da manhã da última quinta. O mesmo havia acontecido com um outro filho, sete anos antes. Diante da tragédia coincidente, como pode Deus existir e nada fazer? Esta é uma questão recorrente e justificável, exceto se nos rendemos à Revelação de Deus, àquela que Ele faz de si mesmo em Cristo Jesus. Exceto se aprendemos um pouco com Ele a olhar nossa vida e consideramos verdades o que as Escrituras falam sobre o mal, sobre o pecado e sobre o amor ao dinheiro. Nossas dúvidas sobre Deus nos impedem de ver as verdadeiras razões de nossas dores. E assim elas se repetem.

O problema da maldade na história está na inércia humana diante da Revelação de Deus, e não na inércia divina diante das tragédias humanas. Nosso problema está em não orarmos como o salmista, em não nos submetermos. Está em nosso apego à nossa visão e na confiança em nossa razão, crendo que não crer é o que faz sentido, apesar de tantas evidências em contrário. Acreditamos muito em nós e pouco em Deus. Quem pode julgar aquela mãe? Mas como ela pode encontrar sentido para seguir vivendo? O caminho é o menos desejado: confiar em Deus e recolher-se à Sua presença. Num mundo em que há tantos agindo sob a escravidão do mal, estejamos entre os que oram, submetem-se a Deus e tornam-se sinais de Sua presença para os que, diariamente, perdem a esperança. Que em nossa vida não haja um Deus desperdiçado!

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