“Certo homem de Cirene, chamado Simão, pai de Alexandre e de Rufo, passava por ali, chegando do campo. Eles o forçaram a carregar a cruz.” (Marcos 15.21)
A cruz é um símbolo cristão. Muitos a levam consigo. Os cristãos evangélicos, influenciados pelos puritanos que evitavam qualquer símbolo, em sua maioria não a usam ou usam com bastante limitação. Mas, inegavelmente a cruz é um símbolo importante e característico da fé cristã. Jesus falou sobre ela e disse que ser Seu discípulo implicaria em “colocar sobre si a cruz e segui-lo” (Lc 9.23). Simão cirineu praticou literalmente esse ato. Tomou a cruz e a levou seguindo Jesus até o lugar chamado Gólgota. Mas ser cristão envolve um outro tipo de cruz sobre os ombros e de seguimento de Cristo.
Ser discípulo de Jesus não é frequentar um templo e participar de rituais ou cultos cristãos. Nem é ter uma cruz sempre consigo ou se benzer com um sinal de cruz. Ser discípulo de Cristo implica em questões mais profundas entre nós, a cruz e Jesus. A cruz do cristão é uma escolha e não uma imposição, como no caso de Simão que foi forçado a levar uma! Ser discípulo é interromper sim a jornada que fazíamos mudar de direção e levar a cruz, mas isso é um ato de autonegação, em que paramos de viver para nós mesmos. Jesus entregou-se voluntariamente em submissão. Seus discípulos nascem da mesma forma.
Simão levou a cruz até o monte e depois partiu sem ela. Mas ser discípulo é seguir vida a fora sob o estigma da cruz. Não é curva-se diante dela quando se vai ao templo, mas estar com ela nos ombros em todo tempo. É curvar-se diante dela quando desejamos o pecado, e assim morrer, naquele instante, para nós mesmos. A cruz foi morte para Cristo, mas para nós é vida. Morrer nela é viver. É ser transformado e aprender a existir de um jeito novo e melhor. Cada cristão precisa da cruz e deve estar sempre com ela sobre si. Mesmo que não carregue nenhuma consigo e, especialmente, se o faz.