A Bahia tem um jeito… Caetano Veloso de ser…

Acredite! Existe vida além do Insta e outras redes. E você pode desfrutá-la com prazer em Prado, Extremo Sul da Bahia.

Todo mundo já ouviu falar das belezas da fabulosa costa brasileira, patrimônio nacional, segundo a Constituição de 1988. Do norte ao sul, o litoral tem 7.491 quilômetros, que chegam a 9.200 se contarmos também os contornos, recortes e reentrâncias das ilhas e baías.

No trecho denominado litoral nordestino, só o Estado da Bahia abraça 932 quilômetros da costa e as mais belas praias e paisagens que se possa imaginar.

E fiquem tranquilos. As águas, na maioria, são morninhas, cristalinas e limpas, conforme o Boletim de Balneabilidade divulgado em fevereiro de 2023 pelo Inema – Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado da Bahia, que faz o monitoramento.

Quanto ao lixo, as prefeituras fazem um bom trabalho de recolhimento dos resíduos nas cidades e nas praias, os quiosques tratam de varrer a sua área de atuação, mas ainda dependemos da educação de muita gente que apaga o cigarro na areia e o enterra por lá mesmo, ou larga garrafas e copos de plástico como se não houvesse amanhã… Aff… a consciência tá crescendo e um dia a gente chega lá.

De volta às belas paisagens, coqueirais, mangues e restingas, o verão também se faz de brisa e cores das árvores floridas, insetos e pássaros em algazarra, cactos camuflados e um povo pra lá de simpático com os turistas. Vida de verdade.

O combo perfeito para se desligar das telas e descansar a mente e o olhar com as brincadeiras do mar tecendo renda na areia.

E tem história, viu? Muita história, vixe…

Prado, por exemplo, é um dos destinos mais famosos e queridos. Tanto pelas belezas de suas várias praias, como por ter sido palco do primeiro capítulo da história do País.

Contam que após o avistamento do monte Pascoal, e antes de encontrarem um porto seguro para desembarcar, os portugueses teriam se aproximado primeiro da barra do Cahy – Caá + ig – na língua tupi, rio da floresta, de linhas quase ininterruptas de mato, ou nome de macaco de cara e pernas compridas.

Os macacos sumiram com o desmatamento que devastou a Mata Atlântica brasileira, mas o Rio Cahy permanece lá, entre a mata ciliar contínua, lindo e limpo, desaguando manhosamente no mar de Cumuruxatiba. Apenas um dos presentes que Prado nos oferece, a apenas 32 km de distância do centro por estrada de terra.

A pequena sede da cidade transborda charme com a igreja Matriz de Nossa Senhora da Purificação, construída a partir de 1853 e rodeada de casinhas coloridas. Nos fins de semana, a praça fervilha de “gentes”, nativas e visitantes, num footing intenso entre barracas de comidas típicas, bebidas e artesanato. Ali perto, o Beco das Garrafas ‘bomba’ com os mais variados bares e restaurantes, comidas deliciosas e boa música em tom moderado. Destaque para o restaurante Banana da Terra, que brinda o paladar dos clientes com a criatividade da chef Márcia, com delicias inimagináveis.

O mercado é um caso à parte. Retrato fiel da cultura local, colorido e salteado de aromas e delícias da culinária baiana.

Cahy Praia Hotel

Outro presente de Prado para os visitantes é o Cahy Praia Hotel, o melhor da cidade, assim batizado em homenagem ao quase fato histórico.

Pertinho de tudo, esticou o pé, tá na praia Lagoa Pequena… Quer um drink bem gelado… lá vem o Marcos com aquela simpatia em forma de gente trazendo o mojito mais gostoso do planeta. Um peixinho frito com salada é com o chef Ailton, outra simpatia baiana em serviço na cozinha. E muito mais no cardápio. É tapioca feita na hora no café da manhã, banana-da-terra e batata-doce na manteiga e diversas outras delícias, quase impossível não experimentar.

O hotel é “mara”, com cara de aconchego. Tem tudo, nos mínimos detalhes para o conforto dos hóspedes: piscina, academia, sauna, brinquedoteca, estacionamento, sala de massagem, ótimo atendimento. Os apartamentos, na medida do que é preciso para férias sem preocupação. E redes, de balanço é claro, porque ninguém é de ferro. Ou nas espreguiçadeiras, de onde o hóspede devaneia o pensamento e enxerga ao longe, no mar, os pescadores buscando peixe fresco para o almoço ou jantar. Tudo, dentro das regras e leis ambientais. Bom demais!

Quem quiser passear tem opções de sobra. Afinal, Prado está na chamada Costa das Baleias. De julho a setembro, é possível fazer passeios de barco para avistar a festa das baleias em Prado ou nos municípios vizinhos de Alcobaça e Caravelas. Dali também dá para passear em Abrolhos e Corumbau.

Controvérsias à parte, o fato é que a partir do Centro, e após alguns deslocamentos, pode-se mergulhar em fatos históricos, avistar o monte Pascoal, testemunhar reprodução de tartarugas, namoro de baleias e muitas outras emoções.

E depois de tudo isso, aí sim, você pode voltar para as redes sociais e publicar o vidão de verdade que lhe espera na Costa das Baleias, Extremo Sul da Bahia.

A Bahia tem um jeito…

Por Eliane Nunes