O debate sobre a legalização da maconha tem ganhado força no ocidente, na medida em que os resultados das políticas de repressão às drogas não foram suficientes para combater o narcotráfico e, por conseguinte, o consumo de substâncias ilícitas; algumas nações adotaram uma política de flexibilização, como é o caso da Holanda – onde o consumo ocorre em locais restritos – e até adotando uma medida radical, tal como ocorreu no Uruguai e no estado americano do Colorado, onde o comércio é regulamentado e o consumo livre.
Esse tema tem promovido discussões acirradas em todo o mundo; obtendo cada vez mais adeptos que passam a defender publicamente o que até então era um tabu; no Brasil, o exemplo mais famoso é do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que tem defendido a adoção de alternativas à atual política de drogas no País.
Por mais que a maconha seja uma conhecida porta de entrada para outras drogas, além de promover danos irreversíveis nos cérebros dos usurários, muitos têm ignorado os efeitos lesivos na saúde mental com base no discurso de que a guerra às drogas tenha sido um fracasso. Mais recentemente, os ativistas que lutam em prol da legalização da maconha obtiveram um aliado de peso, o ministro do STF Luiz Roberto Barroso que já defendeu que a legalização seria uma forma de equacionar o problema da superlotação nos presídios e também serviria para combater o narcotráfico. Contudo, as afirmações do ministro do supremo são insustentáveis, pois legalizar a maconha não dará fim ao mercado negro, por exemplo, o comércio de cigarro é legal, o que não impede que exista simultaneamente o contrabando de cigarros. Além do mais, o diretor Nacional de Polícia do Uruguai, Mario Layera afirmou que desde que houve a legalização da maconha, o tráfico não foi enfraquecido, pelo contrário, houve um aumento no número de assassinatos desde foi aprovada a legalização em 2013.
Com relação à superlotação, o ministro afirma que é necessária uma lei que distingue o usuário do traficante, estabelecendo uma quantidade mínima para o usuário de modo que ele não seja enquadrado como traficante e, portanto, não sendo encarcerado por isso; mas o problema consiste que ao estabelecer um limite para o porte de drogas, permitirá que os traficantes atuem livremente, passando a portar e traficar pequenas quantidades de drogas.
Foto: DivulgaçãoTendo em vista a polêmica em que envolve esse tema tão controverso que o conceituado Instituto Paraná de Pesquisas descobriu que 70,9% dos brasileiros são contrários a legalização da maconha como uma forma de combater o narcotráfico e a superlotação no sistema carcerário. A maioria da população brasileira se opõe veemente às propostas ditas progressistas, uma vez que o Brasil é um país tradicionalmente conservador, sendo, portanto, relutante às ideias que representam uma mudança radical de paradigma.