Segundo promotora, apenas um dos políticos se apresentou à polícia. Sessão na Câmara Criminal do TJ-BA definiu novas prisões.
Apenas um dos seis vereadores de Mucuri que tiveram ordem de prisão restabelecida se apresentou à polícia até a manhã desta quinta-feira (22), informou Milena Moreschi, titular da Procuradoria de Justiça do município no extremo sul da Bahia.
Os políticos passaram a ser considerados foragidos desde quinta-feira (15), quando uma sessão realizada na Câmara Criminal do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) definiu a ordem de prisão. Eles foram presos durante a Operação Caribe, em dezembro de 2011, e soltos no dia 1º de fevereiro de 2012.
De acordo com o coordenador de polícia de Teixeira de Freitas, Marcus Vinícius, os vereadores não foram encontrados em suas residências. “O TJ expediu os mandados e mandou para várias polícias da região, qualquer polícia do Brasil pode cumpri-los”, pontua Marcus.
O pedido de prisão foi feito pelo Ministério Público da Bahia contra a decisão do juiz relator Luiz Fernando Lima, que concedeu habeas corpus aos vereadores. Eles são suspeitos de receber propina de empresários para aprovar um projeto que criaria um loteamento no distrito de Itabatã, pertencente à Mucuri. Cada vereador teria recebido R$ 25 mil ou um lote e mais R$ 5 mil.
De acordo com o Ministério Público da Bahia, os empresários pagam “vultosas quantias” e doam bens aos vereadores, em troca de aprovação de projetos de leis de interesse do setor urbanístico, sem considerar questões de interesse público.
Segundo o promotor Pablo Almeida, o presidente da Câmara de Vereadores de Mucuri responderá por corrupção ativa qualificada, com pena prevista de 12 anos, podendo ser aumentada em até 1/3; e por corrupção passiva, com pena prevista de 12 anos, podendo ser aumentada em 1/3. Na soma dos crimes, o promotor relata que o suspeito poderá pegar mais de 30 anos de prisão. Os demais vereadores e envolvidos poderão pegar até 20 anos de prisão.
Os três empresários que estavam presos suspeitos do esquema responderão por corrupção ativa, informa o promotor. Dois tiveram concedidas liminares de habeas corpus em janeiro.
Fonte: G1